Entrevista – Antônio Gomide – Invenção Brasileira 30 anos

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Transcrição da entrevista

01

“meu nome é antonio gomide frança, 2o filho da cia carroça de mamulengo, sou filho do carlos e da shirley, estou atualmente com 29 anos de estrada, atuando através da linguagem popular, compondo esse cenário da atuação do cenário brasileiro

As coisas na vida pessoa, acontece muito rapidamente.

quando a pessoa nasce com a vocação, ela nao desperdiça, ela embarca com seu coração na proposta, e com dedicação.

e é isso que meu pai sempre esteve, com muita dedicação no que ele faz.

o que eu lembro dele me contar, é que ele tava em brasília, na região, trabalhava na papelaria, e.. desisitiu do emprego, ganhava até bem, e desistiu de tudo aquilo pra trabalhar com teatro de bonecos.

começou a fazer bonecos de sucata, e trabalhar com essa linguagem de aproveitamento,

e sempre… do grande artista que é, artesão muito fino, pos elementos muito originais com esse material encontrado..

 

desenvolveu muitas oficinas..

 

o que eu sei é que conhece Humberto Pedrancini,

engraçado é que ele conheceu Humberto dentro de um onibus indo comprar bolacha creamicracker… ou seja, se não tivesse bolacha eu não tinha nascido.

 

ele tava indo comprar bolacha junto com miguel, que eu não conheci mas foi quem iniciou o trabalho com meu pai,

 

0300

ele apresentou Humberto… esse é Carlos… oi.. tudo bom…

 

meu pai, muito conversador, muito dinamico, eHumberto tava com a montagem de Pedro Malasarte e Humberto convidou ele pra juntar, eram 5 pedros, chamou meu pai pra ser mais um.

ele topou, fez o teste, passou… e compôs esse grupo, que na época, chamava Carroça.

 

depois que o grupo desfez, meu pai ficou com esse nome.

 

e ele foi pro rio de janeiro já com esse trabalho de bonecos de sucata.

chegando lá, no sesc da tijuca, teve um encontro naquela época, pra ele foi um dos maiores encontros de cultura popular que ele pode participar.

teve cavalo marinho, bumbameu boi…

entre esses, estava na programação, tinha um mestre de teatro de boneco da paraiba,

antonio alves pequeno.

 

senhor mágico, pra vida dele.. uma brincadeira muito autentica… sublime

e meu pai, muito encantado com o que viu, falou pra ele que ia visita-lo na paraiba.

e mestre disse “vai nada”…

 

era desconfiado demais, seu antonio… meu pai querendo amizade e ele muito sistemática, aqueles homens do sertão, quase não ri, austero… depois começa desenvolver, se torna um pai..

 

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mas meu pai muito comunicativo, seu antonio desconfiado…

 

seu antonio fumava, e meu pai pra agradar, comprou uns maço de cigarro, pra ele viajar.

 

depois muito tempo, seu antonio contou que ele abriu um por um (dos cigarros), desconfiado, com medo de meu pai ter colocado alguma coisa dentro. desconfiado demais…

 

mas meu pai foi pra paraíba. passou um tempo, convivendo com esse mestre.

e com certeza, essas linguagens, esses saberes, essas tradições, só se aprende vivenciando.

pq são coisas muito finas, são princípios muito prático, pq pra se personificar, você precisa ter o semblante daquela gente…

 

0540

pq se o teatro de boneco é uma sociedade em forma de boneco, vc precisa caracterizar dentro de si que contexto é esse, no qual o teatro surge.

se não tem o teatro de boneco de mamulengo em todo canto, tem como tradição estritamente naquela região. porque tem naquela região?

 

e de que forma ele traduz as coisas que acontecem na sua comunidade.

e esse teatro de babau, que é no caso, a linguagem de seu antonio.

é que nem uma novela, que tem as passagens

 

não é que nem o mamulengo e outras brincadeiras que são narradas, com muito cancioneiro, muitas loas,

as vezes não tem ligação de um boneco que entra com o que sai…

 

o babau tem.

é a filha, o filho, o pai, o prefeito, o policial, o rei, é uma trama…

 

os personagens vão desenvolvendo os temas, o público se envolve… muda a trama.

 

e seu antonio era mestre nisso, saber compor com os elementos…

 

02

 

meu pai convive com seu antonio durante um ano.

 

aluga uma casa… fica apresentando.

voltava com recurso, ia pra casa de seu antonio…

não morava lá.

 

meu pai contava emocionado, que ele dizia que ‘esse menino, brincou 2 anos, e nunca mais ninguém pisa na barriga dele.’

 

depois ele viaja, não sei pra onde vai, mas tem muitos festivais…

 

0110

mas naquele tempo, circulou muito, até chegou em brasília…

 

até tem outras figuras que podem contar mais… pq … eu, ainda tava no projeto…

 

0140

 

minha mãe ela já trabalhava com teatro aqui, nesse processo todo de taguatinga…

já conhecia chico, humberto, ze regino… esse panorama… tantos outros…

 

minha mãe já convivia com todos eles… e tinha esse trabalho como atriz.

 

na época ele fazia faculdade de artes cênicas… trancou.

0230

quando ela conhece o teatro de mamulengo, se apaixonou, pelo boneco e pelo mamulengueiro.

 

começa a namorar, e … como é até hoje, tamo sempre viajando….até que ele diz, vou embora, se quiser ir comigo… vc vai.

 

e ela larga mãe, e foi um choque pra família.

ela tava na faculdade, larga tudo e vai embora com esse mamulengueiro pelas estradas, vai viver lá no nordeste, conviver com essas manifestações, com a cultura,

 

0310

aí, começa a ter os filhos, no festival, no dia do festival no rio grande do norte, e volta pra juazeiro nos braços…

poucou tempo depois eu nasci… aí joão, …

 

mas esse casal, essa dedicação, vviendo exclusivamente da arte, não é fácil.

e viajando por esse brasil, sem ter casa, sem ter paradeiro… ou seja, sem ter casa própria, pq nossos lares são muitos, residindo em diversos momentos, em queridos amigos…

 

a presença de meu pai e minha mãe vai muito além da elaboração teatral, com certeza. é a arte da vida!

 

03

 

o que sei dizer, é que  a  presença do pai, naquela época muito militante radical nas posições, e o teatro dele muito bem afinado, a voz estalando, benedito, a força da brincadeira dele.

 

com certeza… e um homem muito fiel à amizade… quem conhece meu pai sabe o que é ter um amigo…

 

então, afonso miguel, chico, o babi, e alguns… que puderam conviver naquela época, seja viajando junto, ou seja ficando na região pra desenvolver aquilo que estavam desenvolvendo juntos mas agora separados,

 

com certeza criaram um vinculo muito profundo, pq realmente fez parte de uma época histórica, que até hoje tamo protagonizando isso,

eu sei que é, a presença de chico simões acompanhando meu pai naqueles 79, 80…

83, eu acho… que eu nasci em 87, e quando nasceu maria, já não estava, estava em olinda…

 

esses momentos, não sei bem…

 

0130

formando um grupo, naõ configurado como grupo, o elenco… eram amigos que estavam convivendo, bucando fazer um trabalho junto… chico era artista, babi compunha, afonso também, meu pai vindo com essa linguagem pouco experimentada…

era novidade,

meu pai vinha com uma linguagem que as pessoas não conheciam…

desenvolveu essa liga, essa união… que até hoje estamos vivendo isso.

 

0230

{retalhos}

ela diz pra gente que era um sonho.

pq ninguém na minha família atuava, minha mãe muito nova, 16, 17 anos… junta o movimento estudantil, e junta o movimento das montagens do retalho…

ela fez parte… tem até uma bonequinha, que ela guarda.

era uma boneca que era ela, atriz, atuando… em cena.

 

as montagens, não sei na época… sei que tavam buscando identidade…

 

era uma das jovens, bonita, carismática, buscando entender as coisas da vida, e tinha o teatro como uma forma de expressão, de militancia, de pedir nossos direitos de buscar uma vida, que realmente pudesse ter sentido, através das expressões, da alegria, da arte…

 

aí, quando conhece meu pai, já fazendo esse caminho, ela encontra uma vertente, que já estava programado…

 

04

 

eu agradeço isso a meu pai,.

que se meu pai naquela época que tava nascendo os filhos, ele abdicasse, de ser mamulengueiro, de estar sendo protagonista sozinho na tolda… com minha mãe ajudando, mas ele só ali.

observando que os fiulhos estavam vindo

e deixar de lado essa atuação dele pra formar uma brincadeira com os filhos, provavelmente o Carroça não existiria nessa formação.

 

quem tem criança, trabalhando com arte, imaginando assim: deixa ele crescer um pouquinho que depois ele decide…. é muito raro.

 

0100

eu não conheço filho de brincante,  que não inserido desde pequeno, até com certa austeridade vc vai brincar sim!

depois de grande já não querem mais,

ou por vergonha ou pq não foi formado mesmo,

ou porque a vida tem outros destinos.

 

então, essa visão que meu pai teve, foi marcante.

ele deixou quase 15… até mais, o palhaço alegria ficou 15 anos sem brincar…

foi o pai que brincou, e chico simões.

o grande boneco palhaço alegria, que é essa grande criação dele já de início, antes de existir a família toda, já tinha essa linguagem com a cabaça e com o cordão, com a juta, o pano, com as sementes,

é um boneco que abre o peito, o peito tem uma armação que abre, é um cenário onde os bonecos apresentam.

então, meu pai deixou de fazer e passou a se dedicar a uma elaboração onde ele pudesse incluir a família.

 

0240

então, ele teve a vivencia do teatro de bonecos, onde por varios motivos, ele reflete figuras e enredos e o brilho de sua região, o próprio antinio de babau teve um pastorio.

a propria brincadeira já reflete o brilho de outras manifestações.

 

então, quando ele vai pra juazeiro, ele convive com outras manifestações e a partir daí, ele consegue compor essa montagem que podemos dizer que foi uma das grandes montagens nossa, que é Histórias de Teatro e Circo,

 

0330

que demorou 2 decadas pra ser formado, é um espetaculo muito vivencial, não é um espetáculo ensaiado, pq ia nascendo um filho, quando crescia já ia passando pro outro…

 

então, acontece isso, por exemplo a burrinha, foi feito pra maria, todos os filhso brincaram, agora já é a neta…

então, é um espetáculo muito forte em cena, aquela elaboração demorou muito tempo pra ser formada, uma florecimento, que aos poucos que vai se constituindo.

 

e essa visão dele, que com certeza, mudou a história de perceber que não era mais só ele e ela, botando os filhos na cenas, já que a gente não ia ficar com babás, não ia ficar com parentes, inserir esses filhos na brincadeira.

 

e com certeza, quem auxilia muito nessa formação de ter elementos pra introduzir nós na brincadeira, é José André dos Santos, que é Mestre Zezito, que com a chegada de meu pai em Juazeiro, muito rapido eles se conhecem e formam uma amizade que até pouco tempo atrás, foi uma das coisas mais fantásticas que eu pude ver.

 

0510

 

muito leal, …

perna de pau, vários enredos, com meu pai, consegue dialogar e compor, dentro da brincadeira da gente, os flhos se encontrando, do palhaço, do perna de pau, do rolabola, das mágicas, da visão de como o circo brasileiro atua, mas também de outras brincadeiras, do reizado, banda cabaçal … do alimento, muita coisa.

 

05

 

eu consigo ver com alegria, pq nada surge do nada.

e num tá pra todo mundo… não é uma coisa de todos, o sentido de tirar de si, tirar algo original.

é muito raro.

porém, não deixando de ter originalidade no trabalho, com seu brilhantismo, sua voz, ,… sua visão artística,

mas com certeza a vivencia que meu pai teve com Seu Antonio, não teria influenciado tão forte as manifestações de teatro de boneco em brasília,

se ele não tivesse experimentado essa vivência com o Mestre.

de trazer tão quente, tão vivo, tão lapidado, com certeza não teria sido tão impactante, a ponto de lançar sementes que tão aí até hoje.

0140

eu vejo o boneco que faz xixi, algumas passagens com a cobra, algumas falas com o benedito, isso foi sendo transmitido, e é como a cultura faz mesmo.

a pessoa vivencia, e aquilo vai sendo transformado, adquirido.

com o passar do tempo, se a pessoa for estudar, com certeza tem uma linha que tá ligado, e num desmerece o trabalho de ninguém,

mas a busca de todos deve ser de evolução. de aprimoramento.

 

0220

pq o que tem acontecido nas cidades, começam então a florescer, corre o risco de tornar cópias, cópias da fotocópia…

agora, experimentar aquilo, vivenciar e levar, é um direito de todos.

agora, essa referência eu tenho, que é meu pai.

extremamente dedicado ao seu trabalho.

ao

 

sabendo que é uma referencia, buscando então, não deixar isso perder.

responsabilidade, é uma responsabilidade.

todos que brincam sabem disso.

é uma energia muito forte, você interpretar pessoas, sentimenos.

as vezes você fala aquilo no boneco e se dói, pq não era pra ele ter dito isso.

 

vc se dói por uma fala errada que vc colocou na boca do boneco.

agora, com certeza, eu vejo o legado do pai nas brincadeiras.

agora, a vivencia dos outros brincantes com outros mestres, vai além.

chico com solon… e com a sua experiencia, sua visão de mundo, tido a oportiunidade de viajar por outros países, já tem outra personalidade e uma forma de brincar muito própria.

0410

já é ele.

meu pai sai de cena.

só quem ensina é quem faz.

0440

meu pai nunca viajou só.

além da família, numerosa, sempre teve outras pessoas pra auxiliar no trabalho.

lembro que quando zezito veio pra brasília, era uma esperança, né?

aquela coisa, de vamos pra lá…

aquela coisa que eu sempre tive perto dele, nunca teve insegurança.

ele ficava muitos dias pensando, o que ele ia fazer lá. muito sério.

rodar num jipe, com mulher e filho, rodando nas BRs, sem saber se ia ter uma casa, se ia ter trabalho…

muita coragem.

 

ele sempre vinha em busca de abrir campo, de trabalho,

 

pq não adiantava ficar em juazeiro do norte pra ficar na mesma realidade que os artistas estavam.

a busca do meu pai era sair dali pra abrir campo pros artistas ter campo de trabalho pra onde os artistas pudessem ir. esse era o sonho dele, e continua sendo.

então, vir pra brasília, era vir pra onde as coisas estavam acontecendo.

onde essa efervecencia podia ser dialogada.

brasília com certeza é uma imã pra gente.

o lugar q a gente mais frequenta é brasília,

é atávica!

 

quando vinha pra cá, vinha em busca de esperança.

quando zezito vem, ele percebe que agora surgiu a hora de buscar o trablaho dele.

pq quando conheceu meu pai, ele tinha parado de brincar.

ele consertava panela.

quando conheceu, ele começou a influenciar… vamos brincar!

 

quando veio pra brasília, veio com a visão de movimento, ela já tinha.

pq trabalhou em circo, quem trabalhou em circo sabe como lidar com as pessoas. lidar com o diferente, sabe como é que é fazer como as pessoas possam fazer o espetáculo juntos.

 

então, veio pra brasília, depois foi pra aguas lindas e teve oportuniudade de fazer um trabalho de arte na base da comunidade.

 

que esse é uma das coisas mais dificeis que tem, ter um trabalho de arte, dificil e acreditar dna transformação, no viés que a cultura tem de transformação junto na realidade.

 

ensinar perna de pau, ensinar palhaço, ensinar música, ensinar a linguagem do circo, e dar oportunidade pra trabalhar, pra ter uma profissão.

0800

e até hoje.

quando a gente vai prum lugar, que o campo ainda não está aberto, nosso pensamento é de ir pra abrir as portas.

e o bom daquele que viaja, é pensar sempre que se uma porta seja aberta, que ela continue aberta.

e assim foi, passando pelos lugares, deixando aberta.

por isso, muita gente pode viajar…

 

de alguma forma estava poroso pra receber essa linguagem.

por que não sabiam o que era o jaraguá, o perna de pau, saber o que era o reizado, …

e a história vai contando aos poucos.

 

06

 

o expedito, ele é mestre de banda cabaçal.

tocador de pife muito bom.

faz caixa… tocou muito tempo na banda do tio dele. pra mim, dos maiores tocar de caixa.

 

lá em juazeiro, no cariri, as brincadeiras dialogam.

muitas vezes, a banda cabaçal é a sonoridade do reizado.

quando tinha ainda gente que sabia tocar uma viola, uma rabeca, um violão,

o reizado era acompanhado por uma sonoridade de cordas ou teclas.

senão, era a banda cabaçal…

então, a linguagem da banda cabaçal é militar, se veste que nem uma bandinha de quartel.

compõe e dialoga com o reizado.

e seu expedito, na vivencia dele, teve oportunidade de viver com muitos brincantes, muitos mateus, e sabendo como se faz,

da roupa, do toque do pandeiro, do universo do mateus, quem é o mateus?

o que compoe a psicologia do palhaço mateus na sociedade…

se a pessoa não tem isso, naõ consegue brincar mateus.

 

quem é palhaço de circo, tem as deixas marcadas.

já o mateus, é o palhaço das camadas mais baixas da sociedade.

faz o povo rir, rir da fome.

então o palhaço mateus, diferente do mateus do cavalo marinho, que dialoga com o capitão, que se constitui com o cenário da usina.

já no cariri, ele é ligado com fazendeiro dono do gado.

é o vaqueiro negro, na brincadeira pinta o rosto de carvão, fundo de panela, bota o oléo de cozinha… ele é o negro.

querido ao mesmo tempo pelo capitão, ele também é perseguido.

e dessa forma, ele é, tal o bobo da corte, que tem vontade de falar o que ninguém mais pode fazer… sem o mateus o reizado não brinca.

 

0400

mas sem reizado, o mateus se atreve, a sair na rua, e ainda é um bom espetáculo.

então, o seu expedito, não só pra brasília, viajou, foi pro rio, com meu pai…

tocando, com o mestre e brincando de palhaço mateus…

 

foi uma época, que eu era muito pequeno, mas com certeza foi forte, pq influenciou pra alguém querer brincar também….

 

pra mim é uma forma muito natural.

é como se eu nunca tivesse entrado e nunca tivesse saído.

é uma família mesmo.

uma linha que liga.

são trabalhos que dialogam.

então, se tá sempre com dedicação, naquela época, podendo atuar naquele cenário, perto de chico simões, pra mim é muito natural…

 

então é o processo… chegar ao ponto de poder somar ao ponto que somou a gente…

que só a história mesmo pode contar,

que eu auxilie algum trabalho que pode contar…

seja tocando, carregando… sendo solidário… buscar nunca dizer não.

e naturalmente, quando se sabe fazer alguma coisa, é muito mais fácil dizer ‘deixa qeu eu faço’.

quando a história já foi contada…

vc tem mais confiança, vc sabe queela não vai te envergonhar na frente, deixar de calças justas..

pra mim, seja no passado, presente ou futuro, poder participar do cenário do mamulengo presepada, eu to sempre disposto.

 

07

 

o zezito morava ali, no jardim américa 3, lá em cima.

depois que o Rafael morreu no acidente de carro, que a gente saiu do rio de janeiro, em 97, ficou uma coisa maior.

a gente fazia uma viagem e voltava.