Entrevista – Humberto Pedrancini – Invenção Brasileira 30 anos

|< VOLTAR PARA LISTA DE ENTREVISTADOS

 

ooib30-humberto-01

 

(quadro vazio)

 

ib30-humberto-02

 

(de pé conversando.. perfil…)

 

ib30-humberto-03

 

(sentando…)

 

ib30-humberto-05

 

(close)

 

eu tinha 8 anos de idade….

eu vinha e ficava dias aqui, meses… dar um descanso pra minha mãe.

 

só que o velho italiano, 6 horas da manhã, e aqui geava, você via o gelo nas arvores, ele lascava debaixo de um banho frio logo pra acordar, já tomava um banho, atravessávamos a rua, pegava a caminhonte e ia na padaria, pegava um saco com 80 pães, 20 litros de leite e levava pra peãozada comer….

 

0050

e desde então, eu sou apaixonada pela luz do amanhecerde brasília, …

ainda então, que eu via ela mais, antigamente, quando ficava na rua a noite inteira.

e hoje durmo até muito mais tarde… risos

 

0120

(olhar pensativo)

 

0200

nos anos 70, havia uma efervecencia cultural na cidade muito grande.

minha chegada na cidade coincidiu com a entrada no vestibular, na unb,.

 

passei no vestibular em 72, 73 eu vim pra faer comunicação na universidade de brasília.

eu não vim com a intenção de fazer comunicação…

é que eu tinha lido que em algum tempo haveria teatro na universidade…

eu falei, tenho que ir, faço vestibular, entro num curso, espero algum tempo.

 

esperei alguns anos, o curso não chegava…

eu resolvi que não voltaria mais a unb, a não ser pra trancar.

 

isso fiz, eu já trabalhando com teatro no sesc..

 

0320

um dia num dos corredores da comunicação, um professor salomao amorim, me chama e diz: vem aqui, preciso falar com você, na diretoria…

fui lá, vivia o dia inteiro, eu estava encantado com a universidade ainda…

 

vem cá e resolve o problema dessa moça.

 

e o problema é que ela precisava de um instrutor de teatro…

0400

eu, de pronto, eu precisava de um trabalho… eu nunca tinha dirigido nada…

baixou o diretor e naqueles dias, resolvi estudar a respeito dessa questõa.

 

disse pra ela que eu tinha que ir a um festival dali a uma semana em Ouro Preto.

Ela me disse que eu já iria por conta, que daria uma ajuda de custo.

eu seria estagiário de teatro durante um tempo, e eu fui com dinheiro no bolso quando eu não tinha um tostão.

 

isso foi em meados de 74, mas já em setembro de 75 inaugurou-se aquele sesc da 913sul.

e era uma destinação ser um espaço cultural, um espaço que agregasse as várias áreas que o sesc tava trabalhando, que ao mesmo tempo fosse um difusor de cultura pra toda área que o sesc atingia naquele momento.

 

eu já fazia teatro… já comecei com esse trabalho lá, e através do sesc, eu era enviado..

sabia de um grupo de teatro em brazlândia… como pessoa do sesc, fora de minha propria iniciativa, de fazer alguma atividade com essas pessoas na medida em que com o sesc eu fiz muitas atividades de teatro pelo brasil, eu fui como aluno,

0600

e achava na obrigação de repartir o conhecimento que eu adquiria.

 

acho que uma das grandes formas de socialização é repartir o conhecimento…

tem gente que o retem pra si, e não reparte.

 

tem gente que fica detendo conhecimento como uma forma de exercer poder.

quanto mais eu tenho, mais eu atuo contra ou a favor dos meus interesses, contra os seus.

 

isso nunca aconteceu comigo. gosto de repartir o que aprendo.

 

fui no gama, planaltina, tinha muitos grupos de teatro nesse final dos anos 70.

chegou a haver um momento em que havia mais de 70 grupos inscritos numa instituição que chamava federação de teatro amador de brasília. e tinha 60 grupos…

 

uma coisa portentosa… uma cidade … dessa época!

 

e através desses contatos, eu conheci o chico, o marco antonio ribeiro, que trabalhava no sesc, aqui em taguatinga, que já tinha contatos, já conhecia muitas pessoas aqui.

 

e eu percebi que aqui havia uma agitação, um movimento que me chamou atenção.

0800

tinha a semana de arte e cultura onde congregava vaŕias formas de cênicas, música, a poesia, a literatura em vários aspectos…

e isso me chamou atençaõ, era bem estruturado…

tinha um grupo de teatro que na época chamado Carroça, que tinha o Sesc como sua base, o Sesc dava amparo pras suas montagens para um grupo amador, e isso me chamou atenção, e eu comecei a frenquentar porminha própria iniciativa as coisas que aconteciam aqui.

 

havia muita coisa no plano piloto.

mas elas aconteciam isoladas…aqui, elas mes pareciam juntas, elas me pareciam um movimento.

diferenciada do plano, muito separado, cada qual no seu quadrado.

 

0910

até que o sesc fazendo uma reestruturação me falou: vc não quer trabalhar lá, definitivamente no sesc em taguatinga?

lá a gente já sente… percebeu que havia uma potencialidade nisso.

 

e eu topei, fiquei uns 2 ou 3 anos nesse trabalho.

 

e, conheci… já conhecia o chico simões, que frequentou umas oficinas no sesc da 913, mas já ouvira falar dele e o trabalho que ele vinha desenvolvendo…

 

quando eu vim já estava estruturado o Retalho, de uma certa maneira, lembro de uma Satelite fora de orbita, de outros trabalhos…

1000

e na Satélite, lembro de conhecer o nNilson Rodrigues, a Rose Nugoli, o  MIltinho, o Zé Regino… pessoas que estavam envolvidas nesse processo.

 

e sentia certa afinidade de pensamento e de propostas com essas pessoas.

Eu, uns 10 ou 15 anos mais velhos que eles, eu já tinha 33 quando vim pra cá, e eles deviam ter seus 20, por aí.

 

o chamado foi essa efervecência, essa ebulição que acontecia.

1100

pessoas desejando participar da vida.

desejando participar dos acontecimentos do país.

com uma ditadura claudicante, mas que não se permitia… não permitia a participação das pessoas em nada.

 

eu dizia nessa pépoca que eu tinha o título de eleitor que era meu atestado de incapacitçao eleitora, que eu tinha aquilo só pra dizer que não votava.

 

então os grupos eram os locais onde as pessoas conversavam.

das poucas oportunidades que tinham de se juntar.

vc podia fazer de política, podia falar da revolução sexual, podia falar de si mesmo… (cont)

 

ib30-humberto-06

(cont…)

… as pessoas se fortaleciam, se ajudavam, entre si nessas fases da descobertas tão intensas…

eu vim em consequências das semanas de cultura… ou da mostra… já não lembro o nome…

foi isso que me trouxe a taguatinga.

a ponto de … eu mudar pra cá,  deixando uma posição bastante confortável em termos de trabalho no plano piloto…

 

ib30-humberto-07

 

eu fui um dos que propos que ela fosse desarticulada…

eu achava que ela não tava respondendo às necessidades que eu tinha.

 

eu não tinha uma visão que tenho agora desse nascimento.

 

mas haviam vários grupos de teatro no brasil, era uma efervecência cultural, e de certa forma, a ditadura precisava controlar.

 

tinha que ter sob o nome de organização, dar apoio, pq nesses grupos se discutia de tudo….

hoje se sabe que havia movimentos políticos que entravam com os grupos já com orientação partidária pra poder participar, …

não era todos, mas acontecia muito.

0100

eu hoje, entendo que o estado precisava ter um certo controle sobre essa instituição, sobre esses grupos, sobre esse pensamento…

e criou-se uma federação nacional de teatro amador… não sei se era esse o nome, no primeiro momento…

então isso aconteceu…

 

então, em dado momento, as coisas desarticuladas… acho que foi uma bobagem que a gente fez, que se ela tivesse continuado, ela também poderia ser transformada, crescido…

como ela foi, até um determinado momento, um agente transformador…

 

q por mais que eles controlassem, não conseguia.

os grupos eram infiltrados, não só por células políticas de determinadas tendencias, como também pela propria repressão, pela ditadura.

 

mas a federação de teatro amador, ela provocava… ela tinha umas coisas bastante interessantes, que era os festivais, encontros nacionais, e que acabava por ser a escola de teatro pras pessoas, pros grupos.

 

pq não havia escolas de teatro nos rincões… no interior brasileiro

a hegemonia do eixo rio-sp era tão forte quanto é agora…tudo voltado pra atender as demandas desse eixo.

0300

mas havia essa possibilidade de encontros das pessoas, se debatia ideias, traziam professores de fora do brasil, grupos diferentes…

uma possibildade de conversas, fortalecer, trocar ideias…

não havia publicações… hoje se encontra….

 

não tinha nada.

a nossa referencia era os cadernos de teatro que eram editados pela maria clara machado, do tablado.

essa era nossa referencia.

 

vale dizer também, que dentro desse período, se eu tiver enganado me corrija… traga pro eixo que te interessa…

mas o sesc tinha atividades em todas as cidades satélites… tem hoje, mas tinha as unidades móveis, que atendia … tinha atividades de vários tipos, orientação, teatro música… e a gente ia pra todas as satélites…

 

o sesc, ainda hoje, é uma referência.

vc quer uma sala pra ensair… eles tem. tem sempe um espaço… por mais que seja uma cidade pequenininha, as pessoas podem fazer atividades.

com todas as dificuldades que uma instituição oferece, ainda mais uma instituição conservadora, de lojista… que tem que permanecer com o povo comprando….

 

me perdi….

 

ib30-humberto-08

 

a criação coletiva ela é o retrato do que as pessoas queriam ser… queriam o brasil..

queriam participar, queriam ser agentes de transformação.

queriam participar do brasil, queriam votar, discutir…

 

e através desses núcleos da criação coletiva, os grupos já permitiam isso, mas com a criação coletiva, você criava intensa, visceral, de buscar alternativas pra ter equipamento…

 

as pessoas faziam….

era muito difícil a iluminação… hoje com um refletor desses vc consegue 40 mil tonalidades… naquele tempo era gelatina…a gente fazia de caixa, de lata de leite ninho…

tentava lente de farol… fazia uma pesquisa pra ter um equipamento….

 

criou-se uma ideia que precisa de espaço pra fazer teatro… até hoje se acredita.

quando na realidade qualquer lugar serve…. e isso é até impeditivo: ah, mas a gente naõ tem lugar pra apresentar…

 

tem! isso e aquilo..

mas a gente acaba acreditando que não tem e que precisa desses espaços.

e quando eles faltam nesse momento, que não tem nenhuma atividade governamental fixa, de recuperação dos espaços culturais, os grupos tão aí sem saber o que fazer…

 

0200

geralmente por mais que a criação coletiva… tem-se alguém…

cai-se também numa doença, que se chama democratisse.

uma coisa é ser democrático.

outra coisa é não assumir lideranças pq, ah, não. eu não sou superior…

não!

liderança é só alguém que conduza as ideias… conduz, não. junta… e se transforma.

 

os grupos tinham isso,  conseguiam alcançar coisas boas.

quando não tinha isso, ficava nessa doença e discutia, discutia e não realizava.

 

0300

tanto que com o advento da democracia, esses grupos acabaram…

pq criou-se uma ideia de mercado, hoej pra vc montar uma peça precisa de grana…

eu me lembro até hoje… eu digo que as vezes eu vou em determinados compromissos, manifestações,  exigências… contra as políticas do estado, muito mais por habito do que por ideologia.

pq foram tanto tempo indo, que quando não vou .. eu fico desequilibrado.

 

mas naquele tempo, acho que nesse tempo, as pessoas realizavam…

mais do que hoje?

eu não sei.

mas hoje, se vc consegue viver de teatro… nós somos dependentes de FAC,

0400

sempre nessa miséria…. sempre pedindo no pratinho

e esse tipo de FAC, essa estrutura que existe, ela nos controla.

 

ela diz que tipo de trabalho você faz, como é que vc vai fazer… então, você tem que ficar fazendo malabarismos e buscar técnicos e sábios em ocultismo para desvendar esses regulamentos que são tão complicados e acabam sendo muito bons e ficam apenas na mão dos fazedores de projetos, que são quem ganha muito dinheiro.

 

eu não quero mais participar desse tipo de manifestação, pedindo mais dinheiro pro estado.

o estado tem seus próprios interesses.

quando um partido vai pro poder, ele passa a trabalhar só pra permanecer no poder, ele esquece de todos os compromissos que tinha, ele quer ter os meios de produção.

 

outrora, se vc contrala os meios de produção, era pra que o bem comum acontecesse

hoje, não.

eu controlo os meios de produção, pra que meu grupo tenha poder.

 

ib30-humberto-09

aí, ela me disse> isso, antigamente…

mas aí, vem o professor e diz que a gente mudava…

 

alliás, aqui tá tudo mudando… até a cachoeira que a gente chamava de roncadeira, eles chamam de roncador.

 

não!

é roncadeira.

é muito mais significativo do que roncador.

mas não, pra nós ela sempre será roncadeira.

 

ib30-humberto-10

 

quando o sesc me chamou pra cá, eu fui trabalhar aqui nesses sesc da comercial norte.

e ali, eu dava oficinas.

e o nilson rodrigues dizia: nossa! ele nos fazia ler demais!

 

e ele me diz que através disso, foi a primeira vez que ele foi numa peça de teatro foi através de um ingresso que eu consegui

 

então, eu conheci zé regino…

conheci chico simões na 913 mas não teve contato..

não lembro de ter trabalhado num espetáculo, mas sempre conversando, trocando ideias, tivemos em momentos conjuntos em atividades da luta cultural.

 

mas com o zé regino, eu tive oportunidade de trabalhar algumas vezes.

o zé, era uma pessoa profundamente generosa, e um homem de arte, sem dúvida.

 

e ele me chamou pra participar daquilo que viria a ser o celeiro das antes, nos anos 80…. desculpe, 90.

 

0200

o que fica claro pra mim, é que através dessas oficinas, esses desejo do aprenizado que as pessoas tinham, muitos se fixaram nas atividades culturais e artisticas.

 

temos o miltinho que participou dessa satelite fora de ordem, temos o cacá envolvido nisso que taí até hoje, fazendo as atividades, um homem incansável na luta cultural e na poesia..

 

o chico simões sempre movimentando, caçando chifre na cabeça de cavalo, pra poder movimentar o teatro de bonecos brasil afora…

o nilsom rodrigues que é um grande empresário da cultura no brasil.

 

e o miqueias paz.. que a primeira pessoa que levou miqueias pra fazer alguma coisa fora daqui, fui eu, através de uma festa que a gente fazia. ele fez e foi.. se apresentou e aí trouxe uma segurança pra ele pra essa coisa brilhante que ele é.

 

a rose, foi depois que eu conheci….

a debora aquino veio depois, numa outra geração.

 

acho formidável ver que tem essas pessoas que permanecem.

como eu vejo que permaneceram no gama, outros permanecem no plano, e tem sempre …

 

pq é muito fácil começar.

0400

vc tem o afã da juventude, tem a garra… e aí, as vezes vamos ver o espetáculo… falta atores… mas, aí, tem garra!

sao jovens, tem que ter garra!

sim, mas tamanduá tem garra e não faz arte!

o que que vai ficar se não tem a formação?

 

mas acho fundamental nesses jovens todos, é o interesse em aprender.

o interesse em fazer da arte alguma coisa forte em suas vidas, da cultura, de compreender isso, a cultura, como uma forma de estar no mundo.

 

carlinhos babau é engraçado..

é anterior a tudo isso.

ele já é do sesc 75, um dia, eu já tava com um grupo de teatro no sesc, e … entrei dentro de um ônibus que vinha da L2 norte, vinha pra sul, e eu descia na 913 e ia pra essa sede do sesc.

e sentei atrás de um colega da unb, e que conversava com um rapaz que tinha um sotaque muito forte de goiás, que lembrava muito meus parentes.

e eu comecei a rir, eu já tava perdendo aquilo…

e comecei a rir, e …

ele percebeu, esse moço percebeu.

mas ainda assim, disfarçado..

eu queria continuar fruindo, daquele falar que me agradava tanto, me trazia coisas boas.

 

mas eu achava engraçado, e uma hora eu não aguentei e dei uma gargalhada!

 

aí, ele me olhou, achei qeu ele ia me dar uma dura.

e o rapaz que tava com ele, falou “o, humberto, como é que vai”…

o humberto faz teatro, e o carlinhos ‘a, eu gostaria de fazer teatro…’ falei os horários, mas não imaginei que fosse aparecer…

e no dia seguinte tava lá, virou assíduo e se tornou um dos líderes do grupo.

0700

e o primeiro boneco ele fez lá.

o que nós fizemos… pegamos um trabalho feito pela maria helena ?kmel?…

uma histórioa do pedro malasartes, que era uma história conhecida…

eu peguei esse texto e íamos montar com essas pessoas.

 

um dado importante é que perto do sesc, tinha um lixão… e nós percebemos que podíamos fazer nosso cenário todo. tinha móveis… chegamos a levar móveis pra casa.

0800

então, pelo menos uma vez por semana, o grupo inteiro ia inteiro pro lixão.

e começamos a fazer bonecos das coisas mais simples,

de quebrar as estruturas, de achar que boneco tem que ter uma forma…

 

começava a pegar um pau… por de tras da empanada, pode fazer alguma coisa..

 

o que que é precisava? o mínimo, um olho… uma tesoura, um barbante..

isso foi se transformando

e carlinhos babau me chega com um um urubu, que tem um urubu no pedro malasartes, e urubu feito com um guarda chuva velho.

0900

achei esquisito num dado momento, e ele fez assim: e aquilo mexeu a asa… se falasse, podia movimentar…

e ele segurou aquilo, e aquilo ganhou vida…

e nós desenvolvemos a partir de bonecos feitos de transformação.. alguns de cabaças ainda tem a características que a gente trabalhou naquela época.

 

um dia, carlinhos brigou com a gente, “vou embora”…. e criou essas coisas lindas e maravilhosas que a gente vê pelo brasil afora.

 

ib30-humberto-11

 

(nome)

foi uma homenagem dele às origens teatrais dele.

eu nunca fui bom de dar nome em grupo, em nada..

alguém já tinha chegado com esse nome… carroça, barraca,

e ficou carroça… e carroça teve um trabalho interessante, e criamos muita coisa em criação coletiva:

primeira foi “a cidade que não tinha rei’, a segunda ‘ capital da esperança’ onde a gente contou vários fatos e histórias sobre a construção de brasília, inclusive um massacre de operaŕios, que tinha uma construção, eles tinha feito uma greve por conta da má condição, da comida…

0100

levantamos uma história também, que se chamou no filme “taguatinga em pé de guerra’, que era a história das mulheres defendendo uma bomba dagua que queriam colocar nas uvas que plantaram na granja onde israel pinheiro morava… não acredito que israel pinheiro tenha dado essa ordem… isso é funcionário puxa-saco…

 

0150

muita coisa desse período, ivaldo cavalcanti registrou com muita arte e fidelidade, de um concerto… e aí, veio o rola-pedra, esse trabalho que o fernandes fez que é bastante louvável…

o rola pedra passou a ser um ponto de convergencia onde as pessoas iam.

eu me lembro de alguém…

a gente sentado no chão, assistindo um show, devia ser umas 17hs, era uma tarde quente, e alguém> nossa, essa é nossa woodstock…

 

então, esse foi meu segundo. mas vejo pessoas que ainda tão chegando do primeiro, chegando a pé, se perderam no caminho…

 

ib30-humberto-12

 

(clube dos 200, nem sei onde é)

 

0022

o máximo que eu tive foi um pouquinho do kareka,, depois ele fechou…

mas aqui, eu me lembro das efervecências, das doideiras que aconteciam aqui… desse centro da cidade…

me lembro de gente querendo defender que aquela caixa dagua horrorosa fosse património cultural…

meu deus, que coisa desgraçada que era aquilo…

 

mas era interessante, se subia pra beber lá em cima… tocava…

tinha um significado afetivo, mas enquanto patrimonio cultural não tinha o menor significado.

eu vi ela sendo derrubada.

 

mas o movimento cultural teve uma força muito grande e importante pra essa cidade.

acho que ele despertou muita gente pra olhar numa cidade praticamente sertaneja.

onde a cultura e a arte estavam jogadas.

 

as pessoas quando saem de sua terra, perdem um pouco a identidade e isso foi se formando depois.

 

hoje eu digo que taguatinga é uma cidade nordestina.

tem as festas juninas, que aconteciam nas ruas, mas que as instituições vão enquadrando, e perdem a naturalidade… transformam em ligas de quadrilhas… e perdem.

 

acho que esse olhar dos jovens para sua cultura influencia suas famílias, e inflenciou um punhado de gente… e não quero desmerecer nada, mas acho que ali começou uma primeira geração universitária, de pessoas que vieram e se instalaram e a duras penas conseguiram colocar seus filhos na universidade…

 

ib30-humberto-13

 

eu já participei de umas 4 inaugurações desse teatro.

 

volta e meia aparece um governador que resolve conserta-lo, daí põe um administrador idiota, que póe um imbecil pra administar que pega o equipamento e vai fazer as festas particulares, rouba o equipamento de som rouba as coisas, e isso acontece volta e meia.

 

o teatro da praça…

num lugar tão fantastico.

um lugar que hoje, tem acesso ao metro, com facilidade.

 

ele em dado momento..

sim, um satélite fora de ordem, eu vi ali.

 

0100

um punhado de outras coisas, a gente tentando nessa efervecencia cultural, essas semanas culturais, essas mostras de arte que aconteceram ali, foram muito importante…acontecia ali..

tanto que tem  ali ainda esse resquicio de  ?como ser alí? um centro cultural, que junta uma bibioteca, um que junta esse teatro que tá ali servindo pra nada…

como de resto qualquer espaço cultural estatal nesse momento tá jogado às traças a 12 anos..

 

tanto que brasília que nasceu sob a egide da capital da esperança, se transformou num imenso campo da esperança.

 

é um cemitério cultural.

 

as ??coisas?? parecem ser mortas, destruídas.

0200

acho que esse espaço é um lugar legal.

acho que tentam fazer algumas coisas no parque, mas é um lugar ainda meio esquisito…

naquele espaço na arena, ele parece um apêndice da cidade, é como ser fosse uma coisa que não é muito a cidade…

uma fonte luminosa esquisita.

ele ainda não tem uma cara, um local que as pessoas vão… pode tocar uma música..

também, nenhuma árvore cresceu… falta isso.

 

mas numa das vezes de reinaugução ou de abandono do teatro, não sei que ano isso, sei que acho engraçado..

no celeiro das antas, nos 90, zé regino me liga, humberto, tava em goiania com minha família, resolvemos invadir o teatro da praça, o que vc acha?

invade!

legal…

invadiram, ocuparam e chamou atenção..

e eu me lembro que fizeram abraços…

e quando eu puder vir, já voltei e não esqueço da gente fazer um abraço…

o zé com um sino de bronze desse tamanho.. maior que o zé.

ele andava esse sino torto, batendo nesse sino, com aquele amor, nessa tentativa daquele lugar pulsante tão significativo pra nós.

 

0400

nessa invasão, era época de campanha política e um dos candidatos então veio participar de um debate com a gente e acabou que eles entraram pela entrada do colégio, e ali fecha uma determinada hora…

e eu perdi, pq eu não vi, pq a gente saiu por outra porta, não era aberto assim…mas eu queria ver cristovao buarque pulando o muro da escola pra poder sair, pq ficaram lá presos nessas questões de chaves, de tudo isso…

 

acho que no Rola Pedra, tive a oportunidade de ver um dos maiores homens de teatro, pra mim,  desse país, que eu já tinha visto…. que é o Plinio Marcos… que veio aí, cantando…

 

ali eu vi peças de várias pessoas, vi peças de Marquinho Ribeiro apresentando, o Zoreia… que eu não via a tanto tempo, Orlando,  que é o nome dele… eu vi recentemente no festival de cinema…

 

ib30-humberto-14

 

nós morávamos ali na qnd, ao lado de uma farmácia, e a farmácia chamava Virgem da Vitória. …

 

ali também, morava eu, Nenen, Chico teve lá um tempo…

e a nossa casa era igual a música do Vicente Celestino: Porta aberta, essa porta não se fecha, contra ele não há queixa.

 

e todo mundo… recebia o grupo , as pessoas….

mas isso acho que era uma coisa da época, que as pessoas do Plano também recebiam muita gente que vinham de fora…

 

eu me lembro que um dia indo pra goiania, pegano onibus na rodoviária, encontrei um cara, eu vim … com uma mochila… começamo a conversar… “ eu vim de do rio.. de sp, pq eu vim pra conhecer o general uchoa, de olhos dagua, e trabalha com disco voador, e eu tive uma experiencia com disco voador, só que agora não sei pra onde que eu vou, que não tenho dinheiro…”

 

na mesma hora, eu escrevi “vai nesse endereço, fala com fulano… que vai ter lugar pra ficar”…

hoje a gente não faz isso, no meu caso… se for na minha casa e não avisar que vai…

hoje eu já não to na idade do urubu.. eu não posso comer qq coisa.

não tenho mais paciencia pra andar naquele grupo, decidindo pra onde vamos…

sou mais uma águia…. mas que foi bom, foi…

 

mas eu acho que ‘muito do espirito da idade, gregária…

 

ib30-humberto-15

 

o primeiro grupo que eu participei foi…

as pessoas sempre precisaram dessa identidade, um grupo com nome.

o primeiro que criaram no sesc da 204, foi o primeiro que criaram lá, foi o grupo Farsa.

 

e também a questão política tava envolvida.

tanto que quando leram várias peças, o grupo resolveu que ia fazer uma peça editada na época pelo Inacem, Sbt, não sei…

chamava Canção Dentro do Pão.

é uma história francesa, que eles colocavam panfletos contra a monarquia francesa dentro do pão.

 

e nós fomos fazer, peça francesa pra dar uma engajada no movimento aqui.

0100

depois eu participei desse Carroça, que durou muitos anos… um grupo grande, enorme.

 

depois fomos… pra.. teve um época que…. ficamos no sesc um tempo, depois fui embora…

quando eu falo fui embora, as pessoas falam: foi pra outro país? Não, fui pro Tocantins.

 

e lá também eu fiz essa ação com brupos de várias cidades..

e fiquei um ano e meio no Rio de Janeiro por conta de uma contingencia.

 

(apaga a luz)

eu voltei, e fui trabalhar com Zé Regino….

 

ib30-humberto-16

 

… eu tive enfarto aos 41 anos de idade, que é a fase dos enfartes…

 

eu acho que no Celeiro da Antas, eu tive a oportunidade de realizar um trabalho… que é o que eu mais gosto de todos.

 

eu tenho  inveja de uns diretores amigos meus que tudo o que eles fazem  são obras primas, eles são apaixonadas pela própria obra, principalmente pelo prórpio umbigo.

 

de todos, eu já devo ter participado de umas 60, sei lá.

e se tiver umas 3 ou 4 que eu goste, é muito.

 

0050

eu acho Mobydick, que a gente fez, nós demoramos 17 meses pra fazer, Mobidick, nós ensinamos atores a ler, pq não sabia ler, escreve..

a gente teve que vedar a parede pro som ficar prestando…encheu-se essas parredes de casca de ovo, de caixa de casca de ovo..

foi um trabalho fanstástico, e o resultado foi muito bonito.

 

e depois disso foi pro Hierofante, com 2 remanescentes do Celeiro das Antas, que era o Frank ?Deseik?, e o Jorge Luis, e ali, nós participamos, criamos o Hierofante… por sugestão do Frank…

e era uma … elefante, hierofante… só sei que isso criava uma coisa interessante.

 

0200

fiquei 10 anos, de 95 a 2005.. um pouco antes..

fizemos vários trabalhos, ficamos muito na rua muito tempo, fizemos vários trabalhos institucionais…

como Tudo Trinque, um trabalhao pra preservação do falecido telefone publico, esse telefone de orelhão na rua… que havia uma depredação muito grande.

 

em que criamos esse espetáculo com algumas histórias que criavam a necessidade desse telefone, e não como depredar pq isso as pessoas sabem.

criamos ali uns 6,7 espetáculos.

nós fomos vistos por mais de 1 miljhão de pessoas… patrocinio..

0300

até que chega o momento que eu precisava ir

chega um momento em que eu tenho que ir.

e fui.

 

fiquei uns anos meio perdido, sem saber… eu fazia muitos trabalhos na rua… não sabia como era voltar pro palco, e eu fiquei no limbo.

 

e hoje tó aí, fazendo algumas atividades, só num morro de preguiça…

não acho vantagem… ah, estou trabalhando muito, não acho grande vantagem.

 

acho grande vantagem ter tempo pra ler, ouvir música, ver as pessoas.

e o trabalho é uma contigencia da minha vida.

mas não sou louco por dinheiro, gosto dele si, mas não sou louco, não preciso ficar doido atrás dele.

 

to aí com 66 anos, não suporto essa história de colegas meu de ‘no meu tempo’, não .

o meu tempo é agora. não tenho muitas saudades..

não acho que foi tudo melhor ou … ai, faria tudo de novo… não

eu quero novidade, quero outra coisa.

aí, sou um homem realizado… realizado em que?

que que é realização ?

é fazer um troço e tá lá e acabou a realização?

não sei o que é isso… eu sou um homem em construção.

 

as vezes me pego emburrado que nem menino, as vezes me pego sábio.

mas na maioria das vezes um homem de uma imensa mediocridade, mas um coração imensamente generoso.

 

ib30-humberto-17

 

não lembro de vladimr murtinho em pompeu de souza..

 

eu lembro mais cedo de vladimir murtinho…

eu lembro…

nos anos 70.

pq eu acho que quando pompeu de souza foi secretário eu já não estava por aqui.

por volta de 83, 84.. por ai.

 

o vladimir murtinho era antes…

fez o projeto platéia, trouxe umas pessoas de fora, que organizou esse projeto… não sei se com esse nome.

mas que oteatro ia a escola… levava as pessoas pro teatro e que se formou isso.

depois se retornou isso várias vezes.

não tinha dinheiro.

 

foi no governo vladimeir murtinho que se teve o … que se fez o teatro galpão, que se transformou esse espaço cultural… que deu uma gênese pra esse espaço, já que a secretaria era lá.

 

0140

muita gente, eu sei que zé regino foi uma dessa pessoas.

 

eu acho que inclusive, estamos sem público na cidade…

as pessoas desaprenderam… então eu acho que tá precisando de um outro projeto desses, pq esse povo que ia ao teatro ficou velho, igual eu, tem preguiça de sair de casa.

então acho que a juventude precisa ser revigorada.

 

por outro lado, se arte e o esporte, permitia um local de expressão da juventude, hoje ela não tem isso, pq isso é oferecido raramente.

 

os campos de futebol que as pessoas podiam jogar no meio das quadras, já não tem mais.

 

os grupos onde as pessoas podiam se expressar, não existem mais.

hoje tem companhia.

não ve mais o grupo amador falando da realidade do bairro dele, você tem grupo amador querendo ser grupo profissional que brilhe que algum deles possa ser chamado pra televisão… o glamour está acima do fazer… não importa o que eu faça, importa o glamour que me possa trazer..

0300

esse glamour tão bonitinho com gosto de macdonalds…

asseado.

 

acho que vivemos um momento esquisito, há uma derrisão, uma ruina de um sistema mundial, mas que ainda não surgiu nada, vai surgir, o qeu vai surgir, não sei…

tem 150 anos que o capitalismo em crise, se é que naõ teve desde que nasceu, como também não temos mais utopias.

Vc não fala mais no homem novo do Nietzsche, mas também não fala da sociedade nova, e a utopia é colocar uma bomba e se explodir, e ser recompensado por deus com algumas centenas de virgens… só para os homens, as mulheres não tem direito a nada.

 

0440

eu mesmo usei muito boneco em vários espetáculos…

eu mesmo não me considero um homem de teatro de bonecos, me considero um homem de teatro que faço uso todos as possibilidade de linguagens que são necessárias em determinados momentos.

 

acho que boneco tem uma coisa mágica, de vc dar vida a uma coisa inanimada…

a primeira coisa que eu vi de arte foi o ventriloco… eu tinha um certo medo…

desde criança..

pq o boneco traz esse desconforto,     como ele te dá esse distanciamento, na medida em que vc se ve e meu deus, aquilo fala, ele tem vida.

0530

de toda vida eu tenho um certo desconforto com manequim de loja, eu penso que ele vai andar, falar… tudo isso.

 

acho que dentro de nossa tradição artistico cultural o boneco talvez seja a mais longeva, mais tempo de existência… e que permanece por aí.

 

eu acredito que nas regiões nordestinas as pessoas continuyam fazendo, ou to enganado?

as pessoas continuam passando essa tradição, acho isso bem brasileiro, bem nosso.

 

0650

eu conheci o mamulengo antes de ir ao nordeste.

e eu sempre achava que quando eu tive mais contato, quando eu tive contato com o nordeste, que o nordestino tem cara de mamulengo.

depois que percebi que o mamulengo é que tem cara de nordestino.

pq vc reproduz o que você tem mais próximo, aquilo que vc vê.

 

até brinco que os bonecos do zé regino são a cara dele.

dele ou da irmã dele.

 

essa forma de ver… como é que um boneco pode trazer em si a identidade… só no traço.

você vê que no mamulengo, ele tem um traço, uma forma de trabalhar uma madeira conhecida…

pq as peças lançam mão do que ela tem da sua cultura, do que tá perto.

então, dentre as madeiras que ela tem vou procurar a mais macia…

 

0810

e digo pra vc: com toda essa experiencia, o boneco, o mamulengo me faz refletir muito.

eu as vezes fico grilado pq, coitado do benedito, vai ficar a vida inteira com  vontade comer a lingua, nunca vai poder comprar na hora que ele quiser?

 

até quando?

quando o brasil mudar?

talvez!

quando o brasil se transformar, quando ele puder realemnte comprar o que ele quiser no mercado…talvez isso aconteça.

mas até lá, ele continua representando as nossas vicissitudes, o nosso dia a dia, as nossas dificuldades.

 

0910

de uma certa forma, eu vejo isso também..

no teatro de marionete, vc tem esse humor, eu acho que uma tradição que vem lá do medievo, a coisa de ter humor, pra vc… pq as pessoas podem refletir pelo humor, também.

 

e o dia a dia é muito massacrante.

voc pode rir das suas misérias. não que dizer que vc as aceite.

um povo que ri, um ser humano que ri das suas próprias dos seu prórpios viscissitudes, que ri de si mesmo, brinca de si mesmo, geralmente elas acabam pessoas bem humoradas e acabam por transformar suas vidas.

 

então eu vejo isso nessa tradição desse humor.

pq o humor tá acabando…. a televisão acabou com o humor.

nós não temos mais humoristas, nós temos gozadores, de uma grosseria imensa, de dizer que a pessoa é feia pq ela é gorda, pq ela é magra, pq é pobre…

e vc ve isso nessas coisas, o humor corriqueiro, o humro do dia a dia, de quem luta, de quem vive, a implicancia com a vizinha, com o cara com quem trablhamo junto, do que a policia representa, pq o que tá atrás da policia não é o bem estar da sociedade mas o poder dominante…

e vc pode ver isso no mamulengo de várias formas….

 

1100

eu estive algumas vezes com abder.

eu conheço o abder há muitos anos, e o abder é meu amigo.

engraçado pq é a segunda geração, sou amigo do pai, sou amigo do filho.

e esse menino é muito curioso, ele tem essa vontade imensa de compreender o mundo, e é profundamente generoso.

estive algumas vezes… algumas vezes dou umas broncas, dou-lhe uns esculachos … ele adora quando eu dou esculachos, que ele se sente amado.

pq eu sou assim: quando eu dou bronca é pq eu gosto. quando não to nem aí, foda-se..

 

eu participei algumas vezes ali… o que tá faltando nessa ativadade, uma sistemática…

em todo o brasil…

o jovem tá doido por participar…

se presetar atençao, no mundo inteiro, o jovem tá buscando uma saída na arte… no fazer… (cont_)

 

ib30-humberto-18

 

(…cont)

…artístico.

a filosofia não resolveu, a idelologia não tá resolvendo…

as pessoas muito sem…

será que a revolução vai sair da arte, da cultura?

isso naõ tem sido oferecido…

não preciso dizer a vantagem que a arte é capaz de trazer pras pessoas.

 

mas eu vejo as pessoas… escolas, várias sendo feitas em brasília.

formando atores… para que?

 

eu estudo 4 ou 5 anos, leio… tenho uma grade de infromação imensa, mas não sabe ler um texto, não sabe interpretar… mas pra onde?

pras pessoas darem aulas na secretaria de educação?

que aula as pessoas dão… em 45 minutos?

ela estuda tantos métodos de ato pra dizer “xuxu no supermercado, 3,50.”

fala bem!! fica o ‘3,50’ tão interessante.

 

até invejo.

eu sou romantico, ainda quero mudar o mundo.

eu acho falata modelo.

acho que as escolas são ruins, do jeito que elas estão.

e acho que a moçada que entra nelas já são pouco exigentes. que já vem de uma hora que … as pessoas fazem odiar a leitura no primeiro momento que entra na escola…

já chegam machado de assis, que é o supra sumo do requinte da literatura portuguesa brasileira… que é uma coisa pra quem tem estofo.

e já taca no menino. ele vai odiar.

e não vou paulatinamente fazer esse menino apreciar a literatura,

como os clássicos de um modo geral.

a gente vai crescendo no prazer, na fruição, no aprendizado também.

 

não vejo… não acho que o mundo tá grande coisa, não.

mas continuo aqui… e ainda hei de infernizar a vida de muita gente.

 

0330

eu não tenho ido ver teatro pq ele não me traz nem agonia nem êxtase, inclusive o meu.

teve um momento que eu achei que tava ultrapassado, mas depois vi que é que as coisas tão ruins mesmo.

de vez em quando eu vou….

volta e meia tem festivais aqui… mas não tenho ido.

não tenho visto.

 

0420

eu agora sou estranho no ninho.