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Decupagem- jeová
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Bora, então a discussão nossa era o seguinte por exemplo. Tinha situação que você precisava apresentar nota fiscal, receber uma grana, pagar nota fiscal, abrir conta em banco, essa parte vamos dizer assim organizativa, ela começou a preocupar a gente mesmo com força foi nessa época, foi nessa época. O que foi correto
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Depois quando veio o teia nós construímos uma saída, depois eu posso falar dela, mas essa reflexão ela é por exemplo, a gente não tinha lei, não tinha… hoje tem, mas a gente não tinha nada, nem o código civil que a gente tem hoje nem a lei do terceiro setor, não tinha nada disso, não tinha nada disso. A própria lei da licitação não era muito utilizada. o estado contratava, fazia varias formas de contratar diferente as entidades, as empresas então a gente começou a fazer essa reflexão
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A gente precisa de uma empresa. É uma entidade sem fins lucrativos mesmo. Se for empresa tem que pagar imposto, e tem que fazer isso, e tem que fazer aquilo. Aí as vezes é até um pouco de ingenuidade nossa, poxa pagar um contador todo mês e é difícil. E a própria relação mesmo de empresa com o contador na época era diferente. Hoje o contador ele tem que cuidar de uma empresa praticamente toda semana, mas pelo menos todo mês ele precisa dar uma assistência naquela época não precisava. As vezes uma vez por ano fazendo o imposto de renda.
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Se não fizesse imposto de renda não pagava multa, como paga hoje. Tinha outra logica, então a gente era relaxado nesse sentido e então nós começamos com essa reflexão. Começou agora tem cnpj? Tem. empresa, não tem empresa, como é que a gente formaliza isso com o banco? Cheque, cartão. Todas essas coisas, se da nota fiscal, se posso dar um recibo? Ai quem recebe também começou a ter preocupação com isso, nesse sentido. E ai que a gente começou a fazer essa discussão no sem fronteira. E…
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E alguém acho que você falou o Walter, e depois…o sem fronteiras do Walter é ong ou uma empresa? Só o nome, ele, então…mais ai eu sei que a gente terminou optando por ficar no campo da ong, do terceiro setor. Mas nós tivemos uma empresa, não tô recordando agora chico, o sem fronteiras foi empresa, foi empresa. Então ta certo, então num certo ponto foi empresa. E ah era, era eu, você e algodão
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Deu até um trabalho danado depois pra gente fechar o sem fronteiras porque ele deu muito. A gente deu nota fiscal pra receita, a receita queria receber notas fiscais, nós tivemos problemas com isso pra fechar o sem fronteiras. Bom, mais o importante desse período é essa transição de, não que a gente tenha fechado esse ciclo hoje, mas que ali começou uma preocupação com essa parte, de…dessas formalidades, essas legalidades
3’
Que foi o que deu pra gente essa experiência de na época de fazer o teia da gente contratar uma empresa que fez toda essa parte pra nós, que foi a central de projetos. Se a gente tivesse entrado pra fazer o sem fronteiras sem a central de projetos talvez o nosso problema tivesse sido muito grande, muito grande, muito grande. E aí..é né. No finalzinho a gente foi e tchum, tirou da mao deles, até porque o central de projetos meio que fechou mesmo. No final eles já tinham deixado
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só o bruno pra cuidar, pra fechar óh encerra com esses malucos aí, porque o teia foi meio assim, a tensão do teia foi por falta de experiência nossa e deles. Acho que o central de projetos nunca tinha tocado um projeto assim. Quando os grupos chegaram que você tinha que ter dinheiro e tinha que ter tudo e receber nota fiscal e nota fiscal errada e confusão danada, eles foram muito fortes, foi muito importante o trabalho deles
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Mas foi uma situração que o chico chegou que eu não tava no começo do teia eu não chguei, mas o chico participou foi uma solução excelente que foi começou com a gente. Ai dai pra frente a vida inteira a gente teve essa preocupação, teve esse problema de, dessa parte dessas legalidades. O que nunca deixou de ser problema pra nós porque aí é uma outra coisa que eu quero falar do invenção que é o seguinte. O invenção
4’30’’
Sempre teve essa carência dessa parte, sempre teve, sempre teve. O invenção tem um monte de gente, eu, davi, valeria, betão. Hoje eu faria uma lista enorme. Se eu começar uma lista de antes do invenção essa lista é enorme só que nenhuma dessas pessoas nem tem tempo e nem nunca sentou pra falar assim deixa que eu vou cuidar desse negócio agora. E isso trouxe um onus pro chico que, eu ou usar um tema aqui,
5’
Mais você vai me entender, que não é muito justo. Já que o cara é um artista, um mamulengueiro, muitas vezes preocupado com o negócio do cheque, a nota, não sei o que, bababa, bababa. E sempre ficou, sempre foi ele porque roda, roda, roda e ele é 100% desse negócio todo, então ta sempre com ele, ta sempre com ele. Vou até, to até trazendo aí amanhã a documentação do camaleão eu to devolvendo, to devolvendo, to passando pra trás porque volta pra esse ciclo, essa parte que é complexa mas que eu
5’30’’
boto fé que a gente ta caminhando pra resolver. Aora…cheque voltou o aluguel que não sei o que. No período pós teia a gente conseguiu dar um salto, uma, duas pessoas n invenção mais a gente tava próximo, mas quando fala a gente, eu e o chico por exemplo que nunca consegiu se afastar 100% desse…eu acho que isso é
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Um objetivo, uma meta e o invenção tem isso, tem um monte de gente pra ajudar é legal é bacana. Mas ninguém entendeu ta na hora dos problemas mais básicos. Mercado sul. Não, acompanhei
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Essa parte ai eu não lembro não. Foi, foi legal porque o seguinte. O chico também ele já tinha tido outro contato aqui que o Ivaldo já tinha, ele e o Ivaldo já tinha tido aqui uma empresa de serigrafia, uma oficina de serigrafia, eles pintavam camiseta aqui, aqui em alguma dessas lojas aqui, não sei qual. Porque aqui sempre foi assim aquela parte das lojinhas baixas lá tava abandonada a mais tempo
7’
E então ai eu não sei como o chico achou esse negocio aqui, de uma mulher, uma pessoa, alugou primeiro. Sei la como é que foi mais ai foi atração porque ele viu que ele pode tudo da vida dele regra pregressa daqui. E resolveu vir pra ca. E aqui vei é um negocio assim que é muito energético. Eu tava com a minha filha e ela trabalha numa empresa de publicidade ela falou ‘não pai, esse beco ai agora é o negocio’
7’30’’
Como é que ela falou? Tem um nome que eles usam assim, tem essas. É um negócio aí. E aqui assim só podia ter dado no que deu, entendeu? O chico no sentido ate de liderar, depois parou completamente, começou e mesmo assim o movimento
8’
Continua e vai prum lado e vai pra outro. Só tinha sentido se tivesse essa liberdade ne, pra ser o que fosse, não teria sentido se fosse diferente. O invenção tem essa ocupação aqui, ele sempre…talvez até por omissão benéfica inclusive, talvez ele até se tornasse, as coisas muito assim, o invenção é uma liderança, o chico é uma liderança aqui. E essas coisas é melhor que elas sejam livres, anárquicas, digamos assim que elas são
8’30’’
Mais autenticas, vamos falar assim. É uma força daqui. A gente já fez aqui um projeto do bano do brasil, já foi teatro, chico já, não sei se o chico já morou aqui, mas já fez muita coisa por aqui. Teve um companheiro que do papel que ele é um dos primeiros nessa movimentação assim ele é um dos primeiros por aqui. Virgílio. Virgílio.
9’
Tem o senhor aqui da viola, não sei se ta aqui ainda. Ta chico? Seu dico. É eu lembro deles assim, dessas primeiras movimentações. Mais aqui é apaixonante o beco é beco, todo beco é bonito. Mais isso assim o invenção mesmo ele sempre com suas dificuldades de vir pra ca até que o chico conseguiu comprar essa loja. Aí não, aí…pra você ver
9’30’’
Como a referência física é importante. O espaço físico é importante. A partir dai é maios ou menos isso aí que vocês conhecem, melhor do que eu.
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foi o zeca. É. Beleza.
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Chega toma meia garrafa de whisky antes e depois começa. É. Tem um do pasquim que eu não sei quem é o cara que fala bicho que que eu to fazendo aqui mesmo. Não você veio dar uma entrevista pro pasquim. Cara já tava na ultima cachaça já.
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Ta, uns dois minutos? Ta. Pra ca ou pra você? Bom, eu sou jeová, jeová simoes eu nasci aqui em Taguatinga no hospital são Vicente de Paula, nasci em 1963 e
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o chico, ele é de 1960, nós somos muito próximos, cê vê que ele é mais próximo do davi que é de 58 só tem dois ano e sendo o davi mais velho eles sempre tiveram mais juntos mais eu tive o prazer e a oportunidade de acompanhar essa historia de Taguatinga e essa historia do invenção também desde muito tempo atrás. Que é importante lembrar começou exatamente nesse lugar que a gente ta aqiu. Meu pai tinha uma oficina de serralheria
1’
Aqui e a gente já frequentava aqui desde pequeno. Eu lembro que aqui do lado era uma fabrica de pcicole e meu pai vinha trazia a gente pra ca e aqui era o centro de Taguatinga. Taguatinga tinha três centros era o mercado norte, o centro mesmo que era o bairro estrela e o mercado sul. Então a gente…meu pai sempre foi profissional çiberal então ele andava muito e trazia a gente com ele. Então
1’30’’
Então hoje eu sou advogado, moro em campo grande, mato grosso do sul, mas to sempre ppor aqui. Tenho um carinho muito grande por esse espaço. Por causa desse fato específico da nossa infância. Uma parte dela aconteceu por aqui. Taguatinga. É. Foi, foi. Uhum.
2’
Tinha lotes. Eu era pequeno assim eu lembro de passagens assim da construção e havia um processo de distribuição de lotes uma coisa assim mais comercial suponhamos. E meu pai nunca foi esse tipo de pessoa. Meu pai tava no bandeirante a gente também não tinha lote la. Todo mundo tinha lote em Brasília e meu pai não tinha por causa das regras que ele tinha, da relação que ele tinha com a
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Coisa. E nós viemos pra Taguatinga sem lote. Nós viemos pra também sem lote. E aí depois moramos aqui em vários lugares de aluguel. Porque nunca hove essa disposição do meu pai, a gente também nunca entendeu muito por que. Porque todos os moradores de Taguatinga daquela época tinham vários lotes. Como possuíam lotes nos setores mais do centro qna, qnb, qnc. Mais o meu pai nunca foi disso, a gente não sabe o por que. Porque nós morávamos, por exemplo
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Lá no final de Taguatinga e apesar de frequentar aqui. Então Taguatinga no começo era como diz aquele filme Taguatinga meu amor. Tinha toda uma relação pesada. Até que construíram a caixa d’agua e aí o eixo de taguatinga ficou sendo o centro mais. Onde fica o caixa d’agua o bar estrela. Ali onde é o hospital, onde é o viaduto hoje era uma feira de final de semana onde o encontro muita gente da cidade era nessa feira, exatamente onde é
3’30’’
O viaduto hoje. Ta. Vila dimas, nós viemos da matias. Sim. Bem lembrado.
4’
Bem lembrado. Aqui teve vários pontos desse tipo aqui. Mais o dimas e o matias eram duas lideranças comunitárias muito comprometidos com a população. Com a discussão da moradia, tanto que os dois tiveram problemas com a ditadura, mas como eles eram muito fortes, eram filhos da herança, eram muito fortes eles permaneceram. E cada um depois, terminou que depois aquele cada bairro, cada setor da cidade aqui em
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Taguatinga sul ganhou o nome de um e o nome de outro. Mais qui tinha outros, teve outros tipod de polo. Por exemplo o areal. O areal na verdade na construção de brasilia, areal é um lugar, dois lugares que tinha o mesmo nome. Ou era a zona ou era lugar de buscar areia mesmo. Ce não sabe direito. Ah o lugar era um areal você não sabe se realmente era um lugar de coleta de areia ou se era a zona. O areal, areal onde é aguas claras hoje ali atrás da
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Católica. La era de fato uma zona. E la tem um fato pitoresco que por causa de alguma discussão por causa de terra de moradia lá houve um massacre de oito prostitutas lá no areal e aí tem um fato interessante disso é que a dona maria do areal, que é uma liderança comunitária lá ela cuidou como filha de vários filhos dessas
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Prostitutas que foram assassinadas. Então ela morou la a vida inteira e até que veio o governo do Roriz e fez uma, brutalmente inclusive, tirou todo mundo de lá das residências, do lugar original da residência e também sumiu aquela outra parte da cidade. Então se você for la no areal hoje tem uma coisa muito engraçada é parecido com o que tem na vila planalto. Então tem uma parte que só tem rvores, como você percebe que já foi habitado
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Mais ai o governo do Roriz fez questão de tirar as pessoas nem que fosse pra arrastar pra vinte, trinta metros adiante, dentro da logica deles. Mais aí a vila dimas, vila matias, depois teve o chaparraw, aqui em Taguatinga norte, a parte de baixo de Taguatinga de resistência grande porque era uma favela. E era uma discussão complexa porque como tinha muito lote pra que que tinha uma favela. Mais é porque era mais um agrupamento
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Social e depois uma conotação politica muito forte. Então assim, varis lugares que tiveram esses destaques. Mais bem lembrado a vila dimas e a vila matias foram dois focos forte de discussão, de moradia, de qualidade de vida. O centro social, politico de Taguatinga durante um tempo foi de fato essas duas regiões ali. Verdade.
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Uhum. Uhum. Uhum. Tinha essa dinâmica, tinha. E tinha essa também uma diferença na construção de Brasília e tudo, Brasília, tudo que é o seguinte até o Serginho que fala muito disso de
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Do candango que veio pra brasilia e veio assim trazendo o sonho de construir uma capital, trazendo um sonho de construir uma coisa boa pro país. Então, o cara não era só o operário que tava querendo uma grana, o cara era um operário com um sonho. Você imagina o seguinte o cara largar a família dele já quatro meses, tem que ter um espírito desprendido, vamos falar assim, tem um sonho também, um algo mais além de uma vida melhor claro
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De salario, de escola, de educação. Tudo isso. Mais parece que brasilia teve…o cadango que veio pra ca veio com um sonho, alguma coisa a mais de construir a cidade. E é lógico que isso refletiu na cidade. Então muita coisa que você viu depois, dez, vinte, trinta, quarenta anos depois de certa forma é reflexo dos candangos aqui em Brasília, em Taguatinga, em cidade livre. A própria cidade livre por exemplo há um
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Debate por que que ela tinha esse nome. Uma historia mais oficial diz que é porque quando terminou a construção de brasilia, principalmente a asa norte, precisava desocupar a asa norte, a asa sul era mais pronta e o operário meio que foi morando ali na asa norte nas favelas na marra. E pra tirar de lá, fazia promessa, dava lote, dava porrada, fazia de tudo. E tantas coisas que dizem
9’
Que foi prometida era quem viesse pro núcleo bandeirante ficava livre, tinha que pagar os impostos. Isso foi, é uma teoria. A outra que num certo momento de uma organização comunitária a cidade se sentiu livre. Como ai uma comuna de paris. Em uma semana se sentiu comunista. E declarou cidade núcleo bandeirante como uma cidade livre. Mais ai não sei se tem historia sobre isso, se tem estudo sobre isso pra ver
9’30’’
Qual o fato mais. É…é…agora uma coisa importante é lembrar que a historia de Taguatinga é ligada com a da ceilandia. A ceilandia como é no próprio nome, a própria sigla cei é campanha de erradicação de invasões que foi primeiramente pra trazer uma invasão que tinha no núcleo bandeirante. Chavama morro do urubu e nos anos setenta ou um pouco mais o governo fez essa
10’
Transferência das primeiras famílias do morro do urubu. E na época em função da ditadura era muito politico, até hoje é mais na época era muito mais porque não tinha imprensa como a gente tem hoje. Era uma lógia diferente, era muito mais politica. Entao Taguatinga ganhou um vizinho, ceilandia sempre foi um vizinho descriminado na pobreza como se Taguatinga tivesse outra origem. Mais sempre
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São vizinhos. Cidade livre. Foi arrastando pra cá. A começar Taguatinga. Pois é ceilandia também é de uma
Os primeiros que foram transferidos pra lá vem do morro do urubu. Eu lembro muito bem que meu pai me levou pra ver…que a remoção durou muito tempo eu tenho uma lembrança muito forte que tinha um cara com a camisa do flamengo. E até hoje eu não consigo dissociar uma coisa a outra porque… os caminhões com camisa do flamengo.
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Uhum.
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Que aproximavam né? É, é verdade. Eu tenho uma irmã que inclusive ela foi uma das primeiras que saiu de casa, do núcleo familiar, que ela falou pra mim um dia que tinha estudado ou permanecido ou vivenciado alguma forma de teatro em Taguatinga já nos anos 68 ou 67, por aí. E..agora eu sempre fui mais reflexo disso tudo. O chico e o davi que
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tinham em função desse reflexo da idade no contexto historico, muito interessante isso, eles tinham mais se aproximaram primeiro dessa vivencia. O chico por exemplo tinha uma passagem muito interessante que é ele fazia um teatro no, começou em certa época, ele fazia teatro no sesi. E tinha um ditador la que era uma figura
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esquisita totalmente mas ele era perfeito, o realismo fantástico da américa latina. Aquele ditador boçal que enfrentou vamos dizer assim e sacaneou e pediu mais o que ele pôde fazer é de uma expressão artística. O chico viveu naquela época o que que já era isso tipo assim. Eu próprio depois pensando nisso ‘é o nosso realismo fantástico aqui da américa latina’ o
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Brasil também é américa latina nesse sentido da relação com a ditadura, a relação com a ditadura da contracultura. Eu sei que eles vivenciaram esse negocio la no sesi e o sesi terminou botando eles pra fora foi uma coisa importante no processo. E o chico tinha um grupo também que ele convivia na época que em função até dessa saída de lá e tal aí foi mais que ele começiu a se encontrar com esse movimentação que depois virou
2’
Vamos dizer assim o retalhos. Mais separou um pouco tinha o sandro que era amigo dele, tinha o Paulo que era um amigo deles mais do período secundário. E ele meio que nesse período ele foi se afastando e foi se juntnado mais a essas outras pessoas do núcleo do retalhos. Que na verdade se vc for ver direito esse núcleo do retalhos ali é quase todo o núcleo, um núcleo grande que o chico criou hoje aqui e começou ali naquele
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Naquele no retalhos. O retalhos foi uma atitude importante.
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risos
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Podia. Podia. Tinha sim. Por exemplo, um exemplo sesc tinha um núcleo de cultura que abriu um espaço mesmo durante a ditadura o sesc, tinha um sesc aqui na
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Tem um sesc ainda na avenida comercial que ele abria sim. As escolas também abriam porque terminava que os professores como sempre ne a profissão nobre e os professores vem da universidade eles onde era possível abrir espaço vc abria. E lembrando que tinha uma ditadura mesmo no menor espaço já era um grande espaço. Fazer o teatro mais convencional
1’
Ou sei la se tem esse estudo, mas mesmo que seja o básico do básico num período de ditadura já era um avanço. Por exemplo ce discutir racismo por exemplo era uma coisa que era impensável, não tinha logica alguém pensar em discutir isso. E a arte por si só ela é revolucionaria então mexeu aqui, expressou aqui, deu uma risada aqui, viveu uma coisa historia aqui já era muito
1’30’’
Já era muito. A gente viveu bastante…então todo espaço que tinha a gente gostava de escola, de liberdade e por exemplo já tinha um…que tinha um teatro também que a ditadura fazia que era a oculto a própria ditadura que era representado pela hora cívica, moral e civismo. Aquilo era um teatro. Toda a representaao, as bandeiras, o hino. Então era mesmo que culturando uma ditadura mais era
2’
Era expressão, cantar era você sei la ter um símbolo, ter uma coletividade, tinha, tinha sim e….cultura ditadura mais era vei. Cultura é cultura vamos dizer assim ne. E foi indo e eu eu por exemplo aprendi muito ficava enxergando muito o chico nesse sentido de ver essas coisas, de ter coragem de fazer teatro e tal. Depois eu me enveredei mais pro campo mais da política mais sempre tive
2’30’’
Um olhar muito atento a isso. Cultura como essa…como a coisa mais simples do ser humano é extremamente revolucionaria.
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Nessa época. Olha tinha uma coisa que era o seguinte tinha duas dimensões eu me lembro dum episodio por exemplo que o diretor la do cemab arrumou um jeito lá de cercar cemab pra pegar o chico mais é uma coisa assim que era meio patético e era uma coisa muito interessante porque uma das coisas mais…porque o chico já tinha passado da idade de fazer segundo grau aí ele voltou pro cemab porque o chico estudava era no cemtn junto com o davi
3’30’’
E o chico voltou pro cemab. Voltou claramente como um militante profissional e aí teve assim uma repressão muito pesada e uma coisa que irritou muito foi que o chico fez uma pichação assim quer dizer to dizendo que foi ele, eu acredito que foi ele, ‘senhor faça de mim uma bomba de amor para explodir na cara de todo ditador.’ E isso virou coisa muita, e virou um debate, tinha uma questão, tinha um problema e o cumulo disso ai foi
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Um belo dia cercaram mesmo o cemab lá mais a gente vivia aquilo porque o seguinte a gente não tinha certeza até os anos 84, por exemplo, até os anos 80 ce falava nós vivemos uma ditadura militar. Com a abertura em 79, abertura não desculpe, a anistia, os espaços da ditadura começaram a se diluir então ao mesmo tempo que você tinha um militar
4’30’’
Ditador comandando o sesc você também já tinha conversa na rua de anistia, você já tinha discussão na rua de cidadania, ce já tinha os grupos católicos, da igreja católica fazendo debates, os sindicatos que já haviam botado a cara pra fora, grupos de teatro, artistas, muita gente indo pra fora. O chico Buarque era um deus. Então você não tinha certeza se a ditadura tinha acabado ou se pelo menos era certo que ela ia acabar
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Então por exemplo você encontrava na rua um policial vc sabia que a ditadura ainda existia, agora você ia prum teatro, ou você falava sou cidadão e começava a achar que a ditadura não existia mais. Então a gente viveu esse momento assim de decisão. E esse episodio por exemplo do cemab era bem assim a policia reprimia mais já não reprimia tanto e cercava la o cemab até muito fato. Porque o chico terminava
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Escapando pelo buraco. Até hoje tem esse buraco que quase botaram uns canos uns ferros cercaram o cemab. E a gente foi pro kareka beber e o chico falou os cara tão la pra me pegar parece que a historia é um negocio engraçado. Uma coisa tao grava quanto a prisão. E mais naquela época a gente já tinha consciência de que não seriam mais aquelas prisões de…eles iam arrumas de alguma forma prisão penal
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Já não era mais assim a lei de segurança nacional já seriam outro tipo de prisão. Mais ai essa vivencia, a grande coisa que marcou na época era isso vc tinha que ter coragem mais era uma coragem assim, você já tinha fé que a ditadura já tava acabando. Não era como em 67, 68 ou até 70 vamos dizer assim. Ne, ce já tava aí não a ditadura já ta indo. Aí anos 80 a gente começou a discutir e aí a discussão por toda taguatinga foi muito importante discutir as
6’30’’
Diretas. Tem que ter eleição direta, direta, tal. Fim da ditadura só com eleição direta. Começou essa conversa toda e o movimento cultural de Taguatinga teve um papel fundamenta l. Que aí tinha dois grandes eixos: o grupo da política, a galera organizada no partido, no sindicato, nos grupos, escondidos aí e tinha a galera organizada numa coisa que eu vou chamar de movimento cultural amplo, que aí era um monte de gente, aí era um monte de gente
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Aí era muita gente. Quem não tinha muito saco para aquela política disciplinada que tinha uns grupos que ainda eram muito fechados, era o movimento cultural, cabia todo mundo. É tanto que um episódio muito importante que precisa ser registrado é o seguinte quando foi em 84 havia o movimento das diretas e também junto, dentro do movimento das diretas já tinha um movimento que já apostava que ia sair o que saiu que era o colégio eleitoral
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Então o movimento das diretas era suprapartidário era todo mundo, a igreja, otodo mundo tava no moviemtno. Quando um setor começou a falra assim ‘não gente, não vai dar diretas vai dar colégio eleitoral é o que da pra fzer’ a gente acreditava muito nas diretas porque pra gente a ditadura já tinha ido pro saco o pessoal que foi mais pelo colégio falou ‘ a ditadura ainda não foi, a gente tem que tirar mais devagar ainda tem muitas
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Amarras da ditadura por ai’. A gente não óh ‘tem amarras mais vamos acabar é agora’. E aí por exemplo aqui em taguatinga tinha o comitê das diretas que todo mundo participava aquele negócio, quando o setor pmdb, um setor do pdt, vários segmentos falou não nós vamos pro colégio eleitoral aqui em taguatinga eles procuraram mais o movimento cultural pra entre aspas se justificar, falar
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‘olha gente não da mais’ aí pegaram aí umas pessoas que ele tinha umas figuras muito, foi muito importante pra Taguatinga que é o galvao. Galvão foi um cara importante, ele sempre foi do partido comunista, depois ele foi pro pmdb e ele foi um dos primeiros a fazer a frente de apanhar, porque aí ele entrou pra apanhar mesmo. Ele tinha muralha que era outros caras do movimento cultural, muralha não sei se ta vivo ainda mais é um poeta daqui de Taguatinga. E eles pegaram essa
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missão de procurar a gente, um por um, pra falar ‘olha velho não vai dar diretas’ e aí vei eles apoiaram muito. Mais eu lembro que, primeiro movimento, pessoas do movimento cultural e pessoas do partido igual eu dizendo que era do pt, militante do pt eles nem procuraram pra conversar, eles tiveram só essa esperteza de sair procurando pessoas e conversando com pessoas. Foi muito interessante. Pra você ver a força que tinha e teve no movimento
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Das diretas aqui em Taguatinga o movimento cultural de Taguatinga.
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Pelo outro lado tinha também. Uhum, uhum. Todo mundo. Talvez até com a ajuda dos cara do mr8.
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nicaragua. Foi muito bom. Que foi o seguinte. Tem uma figura aqui que é o beto almeida. Beto almeida junto, era muito próximo na época do reinaldo, reinaldo cruz. E o beto meio que liderava essa discussão da niracagua a gente acompanhava tinha todo um envolvimento, o chico mais o beto meio que tinha essa frente om a nicaragua e na época os contras apoiados pelos estados unidos e pela
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Inglaterra. Ele tinha, jogava muito pesado na sabotagem da economia da nicaragua e aí ficou muito importante que estrangeiros fossem pra nicaragua se desse depois que tivesse la pra ajudar a colher café melhor, mas precisava era ir e aí no brasil vários estados, de são Paulo, mandaram varias caravanas pra lá durante muitos anos e aí aqui em brasilia nós participamos dessa especificamente e
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Aí uma militância um pouco diferente da do chico. O meu era mais do pt, eu já fui de uma tendência mais de esquerda do pt mais nessa negócio da nicaragua a gente tava junto. Ficou junto até…aí depois foi fácil eu não ir porque tinha uma, a gente só tinha duas vagas que depois a gente percebeu que era uma alimentação meia boca assim, era uma coisa da disciplina, da coisa mesmo e a gente fez varias
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Atividades pra arrumar dinheiro e fazer discussão politica. Um negocio politicamente correto. Mais ai depois eu desisti na hora de…eu não lembro se foi um sorteio, quem é que foi, ou foi uma votação do grupo, sei que tava o chico e a adriana. Foi bom, mais o processo de organização foi muito bom, a gente fez negócio das comidas, fazia o debate politico era interessante. Dentro do espaço militar que era o pt
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nem se sonhava em fazer um debate dessa natureza. O pt nem sonhava em fazer uma coisa ora mandar uns cara pra defender a revolução da nicaragua, pt nem sonhava nem com cuba por exemplo. Óh, ave maria. Como é que não via? Não. Eu acompanhava nos bastidores porque é o seguinte. Eu conheci o retalhos eles já estavam organizados. Quando eu vim conhecer acho que eles já tavam
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Apresentando o primeiro espetáculo que era marechal bom de carro. E era muito bonito o espetáculo era muito bacana porque uma coisa nordestina, forte, importante pra brasilia e era cenograficamente falando bem feito, poias, verstimentas, a mulherada muito bonita, todo mundo muito bonito. Então marcou muito o retalhos é
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tipo assim se você pegar a historia do invenção, pegar o chico, sesi por ali, depois vem retalhos como um marco importante. Eu, eu se eu tivesse que dividir eu dividiria do retalhos pra tráz como a primeira fase. E o retalhos tinha essa riqueza de, que aí atraiu tudo, que como era forte o espetáculo, muito marcante e fazia na rua, fazia na feira, fazia no teatro, fazia em tudo que é lugar
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E o chico terminou, o chico era o diretor do retalhos, mas ele era mais do que diretor, toda aquela historia toda de problema pessoal de todo mundo, os dele inclusive aí virava uma familiona, virava um negócio muito bacana. E aí chegou e ganhou fama, o retalhos ganhou fama ne. Mais aí em seguida…era mesmo
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então por isso que eu não conheci que eu vim conhecer já era o marechal. É verdade já tinha uma organização anterior, bem lembrado. E aí…rapaz, é o seguinte, natinho, natinho era uma figura muito forte, nilsinho, nilsinho com a cultura dele evangélica, como a gente, pelo menos na infância ele frequentava igreja evangélica então tinha um vamos dizer assim um know-how muito forte, como tem até hoje né.
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Nilsinho…E tinha o natinho, nilsinho, tinha Ivaldo fazendo as fotos. Como eu já falei pra você que o Ivaldo fotografava nove fotos da pessoa que é companheira dele hoje e uma do retalhos. Mais ele era muito bom e acompanhou sempre. Porque o natinho também é irmão do Ivaldo. E o zé regino, tinha o zé regino na parte dos homens e tinha o kim também, lembro bastante do kim.
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Depois tinham as mulheres a rose, a shirley, tinha a menina que depois virou a companheira do kim, não sei se ela era do retalhos chico. Era né? Cristina. Enfim, bastante gente e marcou muito, foi importante muito pra Taguatinga. Mais pela plasticidade que tinha ia em feira, manifestação fazia
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nada se não tivesse o retalhos praticamente. Pepê. É vamos falar aqui pra gravar então. E depois como militantes o cacá mesmo, o pepê, pepê hoje é professor da educação, Ricardinho que foi pra mato grosso do sul
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e o nilsinho pelo menos. É isso, que eles se enveredaram por caminhos diferentes, diferente. A rose continua na, vamos dizer assim, trabalhando com, quando constitui o presepada a rose começou a fazer parte e o zé regino com espetáculo, com a vida dele própria e tudo ai. Porque teve esse negócio do retalhos ele não durou mais
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Porque era muita, era muita gente boa e muita energia e era obrigatório espalhar mesmo, Miqueias…era obrigado a espalhar não tinha jeito, ali não tinha jeito. Não, era muita gente forte, e o chico se encontrou com o mamulengo aí também, não sei se o chico encontrou e já tava saindo. Porque o retalhos foi tipo assim, foi um período, é mais um período do que qualquer outra coisa. Todo mundo foi já
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Caçou seu caminho e já foi adiante. Ah eu lembro, eu lembro do carlinhos babau, lembro do carlinhos babau que o carlinhos sempre foi uma figura muito marcante. Carlinhos babau uma figura marcante, forte nesse processo e eu devo como mais ou menos não sei como foi direito, mais ou menos foi encontrar com ele
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Aí o chico viajou, fez uma primeira viagem e aí já foi se envolvendo nesse mundo aí do mamulengo e o carlinhos chegou numa época que o retalhos tava atuando. Já lembro do carlinhos ele já próximo do retalhos que aí foi que ele conheceu a shirley, a shirley era do retalhos. Naquele momento mais final do retalhos de amadurecimento de todo mundo mais era carlinhos aí.
8’30’’
Aí o chico encontrou com ele aí o chico e não sei se tinha mais antes mais que eu perceba o chico encontra aí o mundo do mamulengo aí nesse momento. E pronto e parte pra uma primeira viagem pro nordeste eu não sei quanto tempo direito. Mais o chico enquanto mamulengo é por isso que eu falo que é retalhos pra trás e depois do chico encontrar o mamulengo pra frente. campinas
9’
Também. É, não. Ele foi primeiro. Ele foi porque ele foi pra santos. O chico foi na verdade a mudança era pra santos a mudança era muito mais mudança interna, interior do que qualquer coisa física né. E aí foi pra santos primeiro que aí entra outro personagem na historia, que é o anfoso Miguel, afonso…afonso Miguel que mamulengueiro também
9’30’’
E o chico até me falou esses dias que ele ta morando no piaui, teresina, eu tive até la esses dias mas não tive muita coraem de encontrar com ele nçao. E eaí quando o chico foi pra santos eu já fui com ele. Não. É chico? É não. Primeiro pra campinas. Depois, ta certo. Tava em santos. Santos e nós alugamos um carro que a prefeita de santos era do pt a telma
10’
Telma era do pt e santos tinha um problema muito serio de saúde mental. Então existiam programas muito consistentes de saúde mental. Entao a gente foi pra la e o chico e o afonso ingressaram em alguns projetos da prefeitura de saúde mental. Mais a gente ficou pouco tempo em santos por uma questão particular
10’30’’
A gente depois saiu aí o afonso ficou em santos e aí eu e chico viemos para campinas. Eu e chico viemos pra campinas. Aí depois em campinas o chico tinha o trabalho dele lá eu ajudava um pouco fazia produção mas entrar mesmo no mamulengo…e depois pra campinas também foi a rose. A rose também foi trabalhava lá e aí fazia o mamulengo junto com o chico. Eles faziam o mamulengo
11’
Na mesma tolda porque das pessoas de todo esse processo que fizeram o mamulengo com o chico na mesma tolda é algodão, o nilsinho, o Miltinho, todos fizeram seu mamulengo. A rose foi a única que não partu pra fazer um mamulengo. Tpdos os osutros chegou uma hora que o Walter, esqueci do Walter
11’30’’
Chegou uma hora que não agora eu vou fazer meu próprio mamulengo.
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00
Porque campinas o chico fez uma aproximaçao que foi importante pra ele que foi o pessoal daquele nucleo de estudos de paulo freire o adriano uma pessoa importante e a partir da amizade que ele fez com adriano ele teve contato com essa, esse mundo teorico da forma dele obviamente mais teve contato com esse mundo teorico vamos dizer assim paulo freireano ‘e um contato que ele permanece
30’’
ele tem ate hoje as suas ligaçoes la depois teve o rubem alves e tal, varias pessoas. Então campinas teve essa importância. Camipnas tambem tinha um negocio que foi importante que la tem o festival internacional de teatro e as vamos dizer assim as experiencias, as proximidades que o invençao e o chico tivram com esse processo tambem foi rico no sentido de orientar, sugerir, de encaminhar,
1’
de aprendizagem do invençao sobre essas relaçoes institucionais e projetos e dinheiro e essas coisas toda. Porque, não lembro. Eu lembro que porque o presepada miltinho falou assim eu vou ficar com presepada. Quando tava com o presepada aqui em brasilia, quando o chico tava fazendo essas viagens ai miltinho então
1‘30’’
eu gostaria de ficar com o presepada. Ai o chico então, ai fiquei com o presepada ai miltinho ficou com cnpj essas coisas do presepada muito tempo, com essa herança. Miltinho e depois algodao ‘e verdade, mais primeiro foi só o miltinho não foi? Foi. Eu lembro do miltinho tratando de algumas coisas, cuidando de alguma documentaçao. E como o chico foi ai teve essa ideia do camaleao. Foi ai a construçao do camaleao.
2’
depois virou uma coisa a gente achava que tinha dois cnpj, que era só um e depois uns dez anos pra ca esclareceu toda essa historia que na verdade eram dois cnpj camaleao era um cnpj e o presepada era outro. Mais o miltinho…o retalhos tambem teve cnpj, teve. Hum. Interessante hein. ‘e.
2’30’’
a participaçao do miltinho ela ‘e muito rica porque ele ‘e um artista mais ce viu que depois a própria trajetoria ele não era bem um mamulengueiro, um artista circense vamos dizer assim, mas não era exatamente o mamulengueiro como ‘e algodao, como ‘e o walter. Miltinho foi por outros caminhos. Miqueias tambem foi. Mais beberam todos da mesma agua, só não sei o que tinha nessa agua
3’
e uma coisa importante reghistrar tambem ‘e que beberam todos no kareka, no bar do kareka, orincipalmente quando era ali no centro de taguatinga, isso ‘e muito importante, porque la a gente fazia muita coisa, tramava, amava, odiava, planejava, era tudo la, teve muita coisa do retalhos que foi pensado la, tenho certeza absoluta
3’30’’
pinga com mel, das coxinhas da mae dele. A gente ia muito pra la pra comer a coxinha da mae do kareka. A dona zumira fazia uma coxinha muito boa e a gente frequentava bastante la. Só não frequentava mais porque a gente tinha pouco dinheiro se tivesse mais dinheiro tinha frequentado mais. Mais foi um lugar importante tanto politicamente e a mesma coisa sei la como nessa organizaçao cultural foi muito importante. Tem uma pessoa ai, uma figura boa, importante a gente lembrar tambem
4’
que ai eu vou voltar a falar do espaço la do sesc que era o nenem. Nenem foi um amigo nosso, amigo de todo mundo e ele era funcionario do sesc então ele ficava abrindo espaço la no sesc pra jogar xadrez, jogar futebol, mais ao mesmo tempo ele fazia ali umas conversas outras coisas de grupo, teatro …. ele que uma outra
4’30’’
figura tambem que foi importante que foi o humberto pedrancini que morou muito tempo aqui em taguatinga e nenem que arrastou ele aqui pra taguatinga vamos la conhecer esse mundo taguatinguense. Ele veio e ficou muito tempo em taguatinga e muito próximo tambem muito amigo então tinha esses espaços escola, sesc, teve sesi, depois o sesi voltou ao espaço tambem deu uma melhoradazinha no sendtido de
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abrir mais o espaço e ai depois um boteco, um boteco era o principal espaço. acho que eu vim participar depois. Depois, não. Porque quando veio a documentaçao já lembro dela feita já. Não me recordo de ter participado dos primeiros atos não. Não me recordo porque
5’30’’
eu na verdade tinha essa vivencia ne, por exemplo ate viajei com o chico numa época que eu tava recém divorciado, recém separado. Então quando tava casado eu tava la tocando a minha vida de casado ai quando deu essa, esse problema ai e ai eu viajei com o chico tanto que depois eu voltei terminei casando de novo já me afastei de novo. Que tambem tem essa toda tajetoria. Eu nunca fui presente 24 horas
6’
tem sempre essas outras coisas da vida e de uns anos pra ca ed uns quinze anos pra ca que eu pudi ajudar mais nessa parte administrativa burocratica, quando pudi ajudar. Mais antes era mais participava assim mais pra dar uma ajuda mesmo, suporte. Projetos ne? Uhum
6’30’’
mais projeto. Olha o teia foi muito importante porque o teia ele colocou o invençao brasileria num lugar que nenhum de nos percebeu isso. A gente spo veio perceber depois. O chico depois vivenciou mais porque foi o seguinte, qual foi o resultado da teia? O invençao ficou cololcado num lugar muito bom na discussao dos pontos de cultura e dos pontoes de
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cultura e depois na lei dos mestre em varias discussoes que houvram depois o invençao ficou bem colocado por duas razoes uma fez u trabalho razoavel, um bom trabalho na teia ne porque já havia tido uma teia antes mais ela não deu aquela repercussao que teve essa teia; a outra ‘e próprio trabalho do chico que e da seriedade que o chico tem com a vida abriu esse espaço mas com certeza aquela participaçao na teia
7’30’’
botou o invençao num lugar muito bom de nessa discussao que teve futura, ate recentemente, tem reflexo dela ate hoje da discussao de ponto de cultura. Eu acho que o teia foi importante agora, por exemplo la em santos o projeto porque tinha muito projeto que era escola. Eu sempre achei e sempre acho que o negocio ‘e você ir pras escolas. O que aconteceu com esse negocio de ir pras escolas? Virou uma coisa muito
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assim, muito do mercado. Você tem que ir, você tem que acertar com escola e faz aquela cobrança. ate tinha uma empresa aqui de turismo que de vez em quando falava pro chico ‘chico vamos fazer um pacote ai’ e o chico ‘cara vamo fazer’ e a gente fazia uns pacotes eu mesmo fui varias vezes em escola vender o espetaculo. Mas tirando essa parte vamso dizer assim burocratica que ‘e meia chata mais o grande projeto seria poder ir pras escolas fazer um negocio pra ver se entrava um pouco
8’30’’
o que ‘e a escola lembrando que dentro de uma sala de aula o que acontece dentro de uma sala de aula ‘e um fenômeno, ‘e um fenômeno. Qualquer lugar, em qualquer sala de aula, em qualquer lugar que você pensar ‘e um fenomenol. Quando você tem a oportunidade de pegar outra coisa que ‘e um fenômeno como o teatro de bonecos por exemplo e juntar essas duas coisas ‘e fanstastico. ‘e uma coisa sublime vamos dizer assim ‘e uma possiblidade que você tem de desamarrar tanto esse conceito de arte
9’
como desamarrar essa educaçao formal, sistemica que a gente tem. Esse encontro ‘e perfeito. Então acho que na verdade o grande projeto foi as vezes que o invençao, o mamulengo, o chico, foi pra dentro, na frente de um grupo de alunos e não falo nem de crianças porque eu to sendo bem institucional, escola mesmo e aluno mesmo que esse ‘e o verdadeiro encontro. Fala assim ‘quer fazer um projeto hoje
9’30’’
faz ai eu faria o mamulengo e as crianças ‘e tanto que você pode ver que as fotos mais bonitas que tem em toda essa historia do invençao são expressoes, são rostos de crianças. Pra mim eu acho que ‘e o grande, ‘e o grande. Sim. Por isso que o escola viva colou muito forte, porque o chico sempre teve essa, ele ia la, ele via tanto que ‘e rico, o tanto que ‘e rico uma sala de aula. Tanto que ‘e
10’
expressivo esse fenômeno que ‘e o aprender alguma coisa, o construir conhecimento. Esse ‘e o grande, pra mim ‘e o grande projeto.
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sim. Era. Essa era importante tambem porque era o seguinte. Durante tambem ne, durante. Porque o chico foi rimeiro na campanha do lula versus collor em 89. o chico foi mas eu não fui. Essa eu não fui. O que eu fui com chico la foi várias campanhas de
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prefeito e tinha um negocio a televisao regionalizada o programa politico era regionalizado na época, como voltou a ser agora. Passou um tempo que não era que ele era estadualizado vamos dizer assim agora e na época era regionalizado então por exemplo eu lembro que a TV de gurupi fazia a TV que passava na regiao e no próprio municipio a gentefazia um programa de radio
1’
ai aconteceu uma coisa não tem outra palavra pra falar a não ser era um fenômeno. Que era o seguinte o boneco o como chama chico? Na hora, não. Não. ‘e misericordia não. Era um outro que falava assim na hora. Não ele tinha outro nome na época. O bicho ‘e mutante mesmo. Eu sei que
1’30’’
o seguinte esse boneco falava na hora esse negocio de na hora virou naquela regiao de tocantins ali de gurupi pra cima na hora a gente andava na rua era uns vinte, cinquenta meninos atras na hora, na hora, na hora. Os comicios era um comicio todo dia. Os comicios davam entre seiscentas e mil pessoas ele tinham um caminhao e a gente ate deu muita risada depois porque o candidato teve quatrocentos e poucos votos, o candidato a prefeito e os comicios
2’
lotava vei, lotava e pela força dos bonecos e a gente seguinte e o o boneco não vacilava ele pegava os politicos da outra candidatura e batia duro, batia duro e teve um que a gente bateu tanto nele que elegeu não elegeu o nosso e elegeu o terceira opção não sei se você lembra disso chico la em paraiso do
2’30’’
tocantins a gente bateu tanto no cara do pmdb que terminou assim dava sua opiniao sem nenhuma leitura da conjuntura politica de nada só ia la e botava o boneco la e a força que tinha e bateu tanto que ele não se elegeu e elegeu uma zebra que era um cara do pdc eu lembro ate hoje que a gente bateu pouco no cara se tivesse batido nos dois talvez tivesse eleito o cara do pdt. Pirralho, era o pirralho rapaz, o pirralho era
3’
um bom negocio e virou o centro do negocio sabe. Muito incrivel. Era, era o pirralho. Não, ventriloquo, ventriloquo fazia antes as vezes fazia só o pirralho e já arrasava e a gente aprendeu uma coisa muito interessante la tambem que ‘e o seguinte a politica municipal ela ‘e completamente diferente alias no municipio as dimensoes são diferentes por exemplo a relaçao do judiciario com a população, do
3’30’’
professor, do prefeito ‘e diferente porque tem um contato fisico e muitas vezes são parentes por exemplo o inimigo politico ‘e parente do outro. Eu me lembro que a gente chegou em paraiso, tocasntins ai o candidato la era um medico chamado doutor cleber ele falou assim ceis vao ficar hospedados aqui no hospital ele mandou esvaziar dois quadros do hospital, dois não, um corredor do hospital ele hospedou a gente no hospital. Ai a gente mas doutor cleber hospital não ‘e exatamente o local
4’
adequado pra…ai foi, foi, ele foi e levou a gente para um hotel. No dia seguinte pra um hotel tao bom ai ele falou mas ‘e que esse hotel aqui ‘e do meu opositor. E eu já estou fazendo muito pra que vocês não ficasse se alimentando no restaurante que ‘e do outro, do outro candidato, do que ganhou inclusive, o do hotel perdeu e o outro candidato. Então a gente aprendeu ali essa dimensao local do da politica
4’30’’
municipal hoje eu por exemplo uso muito isso na minha vida, no meu trabalho e você saber que a relaçao municipal ela tem uma dinamica diferente do que tem numa cidade maior, com mais habitantes. E teve ate um fato curioso que no dia do impeachment do collor a vamo la e na verdade era só a gente que ficava ali alegre, feliz, triste ce via que a campanha a cidade tava ali de boa e você pensando assim e a gente
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como ‘e que pode to aqui devia tá la fiquei com raiva tomei umas pingas e a população e todo mundo nem o nosso candidato o collor la impeachmaram o collor e o movimento la vei, o movimetno la eu me lembro que tinha dois, tinha uns irmaos gemeos e um dos dois chegou e falou presidente com impeachment, perguntou o que seria impeachment, uma coisa assim completamente desligada e a
5’30’’
vida tá la ate hoje toda vez que eu passo la eu lembro desse episodio você achando que você, a sua dimensao politica ‘e o centro e você por exemplo vai pra um muncipio desse que se ‘e que existe centro das coisas la ‘e outro
outra dimensao la era ganhar a eleiçao, o doutor cleber ser eleito prefeito.
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Nao. Uma vez n’os chegamos numa cidade la no bico do papagaio não me recordo o nome da cidade agora dessa vez a gente não tava fazendo campanha não a gente tava fazendo um projeto contraa as queimadas, contra as queimadas para o órgão
30’’
estadual la do tocantis chamado naturatins tinha um secretario la um cara muito comprometido chamado mauricio garcia e ele contratou o mamulengo pro mamulengo rodar la falando das queimadas eu me lembro de duas coisas muito fortes uma foi o dia que o cara perguntou assim se eu não fizer as queimadas eu faço o que? E a gente não tinha resposta pro cara, quem disse que o benedito tinha resposta porque a gente
1’
assim pegou as queimadas e bateu não pode fazer queimada, não pode fazer queimada, um cenario muito bonito, muito bacana assim ai o cara perguntou vei se eu não fizer as queimadas eu faço o que? Como que eu faço pra plantar? O cara la da agricultura familiar ai depois falou ‘e tinha que ter uma resposta, uma alternativa. Isso foi um dato curioso que foi o seguinte n’os chegamos nessa cidade e era assim era o seguinte chegava de dia, fazia o espetaculo a noite e no outro dia ia embora
1’30’’
mas a mulher do prefeito grudou no chico falou não eu fiz educaçao artistica la em são paulo e eu gosto de arte, arte, e nessa de gostar de arte gostou do artista e carregava o chico pra cima e pra baixo, pra ir almoçar e eu e o motorista la no hotel esperando a mulher pra cima e pra baixo quando foi de tarde chegou um cara la no hotel, obvio no bico de papagaio, a mulher do prefeito, chegou um cara falou assim oh ‘e o seguinte o prefeito falou que ‘e pra
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vocês só terminarem o show ai e ir embora. O motorista…eu, eu tomei aquilo como uma coisa qualquer la, falando qualquer coisa. O motorista vei que apavorou legal mesmo e ele foi apavorando e eu fui apavorando junto com ele e nada do chico chegar, chico la foi conhecer a secretaria de educaçao, sei la, foi almoçar não sei aonde quando o chici chegou ai o cara já tava mais calmo ai eu falei
2’30’’
chico ‘e o seguinte vamos apresentar e vamos embora ‘e melhor, o chico o que? Tá ai comendo bem o dia inteiro eu falei não porque veio um cara assim ai ele falou vixi vei. O chico fazendo a apresentaçao e o motorista encostando o carro era uma caminhonete ai o cara calma cara, calma cara e foi quando o chico terminou a caminhonete tava assim do lado acho que ele queria jogar a tolda toda de uma vez e foi assim porque saimos
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a noite, andamos o bico de papagaio, estrada de chao, tudo, tudo quanto ‘e perigoso mais a gente saiu a noite o cara não teve coragem e passou o medo pra gente e a gente a vamo embora. Coisa interessante agora eu lembro de coisas da campanha que eles foram e eu não fui por exemplo teve uma cidade que eles chegaram e acabou a luz, o prefeito desligou a luz pra não ter o comicio, mesmo assim eles resolveram fazer o comicio porque
3’30’’
tinha isso. Agora o mamulengo a arte e o mamulengo nas campanhas todo mundo respeita mesmo o adversario sabe, adversario lembro que la em paraiso o adversario reclamava po ce jogou duro trouxe esses cara ai ne. Então tinha um certo, tem uma certa diferença. ‘e na época podia.
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foi. A viagem na italia foi meio, foi na. Nos anos 90 existia uma duas grandes discussoes na sociedade ate no governo uma que era do desenvolvimento, modelos de desenvolvimento, projetos de desenvolvimento ate o movimento sindical discutia alternativas de desenvolvimento. Isso
30’’
nos anos 90 seria ate um grande gancho se tivesse condiçoes de voltar a discutir a outra discussao era do combate a fome tinha essa discussao forte por causa do betinho, por causa de muita coisa, muita coisa e ai tinha essa discussao então grupos de sindicatos de brasilia resolveu lançar um mais muito por causa de um figura só era um cara que era tesoureiro do sindicato dos bancarios chamado jose ivan, um cara da igreja catolica
1’
e muito comprometido com essa discussao da solidariedade do combate a fome etc, etc, um cara muito forte. Eles lançaram um edital pra escolher uma entidade pra fazer um trabalho com meninos e meninas de rua n’os competimos fizemos a proposta e nossa proposta era vamos dizer assim imbativel que era a discussao de arte do boneco, confecçao de bonecos e
1’30’’
brinquedos circenses era bem bacana esse foi e a gente começou e fizemos esse projeto durante um ano. De forte mesmo no projeto, primeiro a coisa mais forte foi essa conversa de encontrar com os meninos de rua porque ai nos arrumamos uma base no conic então nos tinhamos um contato querendo ou não o projeto ganhou fama ai não tinha conversa com os meninos de rua que viviam ali, na rodoviaria por ali e no conic, na rodoviaria e tudo.
2’
e n’os foi assim no começo do projeto a gente teve um contato muito mais direto com eles, ai eu falo a gente era eu, era o chico, era algodao, a clarinha ajudou a gente um tempo, a rose mais era assim e tinha a angela, uma pessoa tambem que trabalhou com a gente, enfim ai a gente inventou esse negocio de como fazer esse negocio das oficinas de perna de pau, mestre zito, mestre zito
2’30’’
tambem trabalhou com a gente la e como fazer oficians, como fazer vivencias de construçao ou não mas pelo menos a vivencia já era um avanço com a realidade tao barra pesada que era, que ‘e, mas na época era bastante dos meninos que viviam, moravam na rua. E foi um negocio muito forte meio que passou e a gente nunca parou pra refletir muito sobre isso. Que eu
3’
já tinha um acumulo da discussao dos meninos de rua que eu já tinha uma, já prestava uma assessoria pro movimento nacional de meninos de rua e tinha já alguma coisa assim, mas mao na massa mesmo e tambem eu não fazia as oficinas quem fazia a oficina mesmo era o chico, era o algodao era o mestre zito companheiros que estavam la, a rose, que iam mesmo eu ficava ali meio no administrativo então eu aprendia no reflexo mais foi muito pesado pra nos
3’30’’
menino que morreu, menino que sumiu e de todos eles e ai tal terminou que sobrou ai a figura do moises, moises ele aproximou do chico ele tem uma amizade muito boa com o chico foi o moises ‘e desse periodo. Ele ‘e a safra na verdade todo aqueles meninos que nos convivemos uns tempos o moises foi o que vingou mais e essa criatividade dele que o moises ‘e uma pessoa
4’
inteligente e criativa ele aprendeu, aprendeu não, vamos falar assim, ele se sentiu criativo, se sentiu ou construiu essa identidade que ele tem hoje na vivencia la. A partir desse projeto quando a gente tava em campinas que a gente foi pra italia quando a gente tava em campinas a gente conheceu, eu conheci um pessoal la que la em campinas tem o nucleo
4’30’’
era o nucleo pedagoico do movimento nacional de meninos de rua. Tem uma amiga nossa que trabalhava la a jussara de goias ela ate mora em olhos d’agua hoje. Ela ate me apresentou um pessoal, um pessoal procurou a gente aqui em brasilia e queria levar uma experiencia de meninos de rua pra italia quando eles conheceram o mamulengo ai eles conheceram la em casa, foi isso. O chico tava viajando ai levei eles la em casa apresentei eles ficaram meio assim acho que eles gostaram mais do mamulengo do que da discussao dos meninos de rua entendeu no final
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das contas e ai quando eles vieram ai quando veio convite já veio casado ai falou ‘e os mamulengo ai e tal tibum, ai o projeto dos meninos. Ai a gente foi pra italia na italia teve outra coisa muito incrivel tambem. Uma ‘e esse encontro da arte porque pra mim ‘e encontro dos meninos la ter essa coisa desses do teatro de bonecos de alerquim, de sei la, de bobo da corte
5’30’’
de menestreu essas coisas assim e a arte ela ‘e universal, alegria universal. Então os meninos gostavam beleza ali o chico rapidamente quebrou mesmo os codigos da língua, rapidamente mesmo e o que ficou mesmo de forte foi o seguinte por que eu por exemplo qual foi o meu papel? Porque o algodao, o algodao já fazia o mamulego dele aqui, já fazia ele não fazia mais o mamulengo junto. Ai na
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brincadeira dos meninos de rua um dia o algodao falou assim porra eu podia ir tambem e tal então ele meio que tambem meio que foi, forçou a barra foi, nesse sentido. Ai não dava certo mais ele e o chico fazerem o mamulengo, eles já não faziam mais o mamulengo na mesma tolda e ai o algodao falou não então eu faço a percussao, eu faço a percussao. Ai um dia o algodao falou assim pra mim eu levo a minha tolda ou não levo? Ai não sei. Ai ele não levou. Quando ele chegou la ele arrependeu porque
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gostaria de fazer o mamulengo la tambem porque na verdade as atençoes mesmo vem pra quem faz o vamos dizer assim o show principal ‘e claro. E ele ficou meio assim e mais tudo bem tocou o espetaculo o tempo inteiro. E tinha um boi tambem não era chico? A gente tinha um boi e as vezes eu fazia o boi as vezes ele fazia o boi. E eu fiquei apesar de fazer essas esse apoio ai eu falava sobre o negocio dos meninos
7’
de rua e uma coisa que eu não sei se o chico teve essa sensaçao la ‘e que la na época já tinha crianças pobres e eu achava que não. Achava que como era um pa’is de primeiro mundo que a gente não ia deparar a algo que se tivesse a gente não ia encontrar crianças vamos dizer assim, filhos de operarios e ate desempregados e a gente encontrou la um monte de meninos de rua
7’30’’
e ate tivemos uma tradutora que ela de recife ela discordava bastante dos quadros, da realidade que a gente pintava ali. Mais depois eu mesmo fiquei pensando que pra aquelas crianças, algumas daquelas não todas a gente foi escola de que ai valia a pena contar ou você dar pelo menos um depoimento que que uma criança morar na rua da barbaridade humana que ‘e uma criança de cinco anos de idade sozinha na rua ai eu falava isso
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mais quando ce falava isso pras crianças que já tambem são pobres tambem mais não dava muito aquele impacto que o moleque falava assim não era muito dostante vamos dizer assim mais tirando essa coisa ai a viagem na italia foi importante por isso. Ai quando voltou o algodao tambem foi fazer o mamulengo dele separado 100% do chico.
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o sem fronteiras, a primeira ideia do sem fronteiras era ser empresa. A primeira ideia do sem fronteira