Entrevista – Kika Brandão – Invenção Brasileira 30 anos

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Invenção Brasileira 30 Anos Decupagem – Kika

 

canta: peço licença pra abrir a roda, do mamulengo presepada no terrieiro

 

eu sou kika brandão, tenho a honra de estar acompanhando o chico, acredito que tem uns 6 anos, meio incerto…

 

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peço licença pra abrir a roda, pro mamulengo é presepada no terreiro

 

eu sou kika brandão, acompanho o chico já tem uns 6 anos, tenho essa honra, de conhecer, de aprender, crescer, junto com ele, com a cultura popular.

é uma experiencia que me agrega cada dia mais.

 

já tinha experiencia de estar no grupo com o mestre zé do pife  e as juvelinas, já tem 10 anos.

e também acompanhando a Lilia Diniz, uma poeta maravilhosa

 

e essas experiências só me abriram mais leques de encontro com mestres, outrs culturas, outras tradições, estados, países, rua, em palco, em relações, novos olhares..

 

então tenho muito a agradecer essas experiências, qeu ainda está me construindo como ser humano e artista.

 

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meu primeiro contato foi com o circo, na escola, oficina de circo, com o zé, e a partir da oficina, ele sempre colocava Carroça de Mamulengos pra gente ouvir, eu tinha 14 anos… aí fui ver o Carroça na Torre de TV.

 

aí, comecei com o Tiago Bressane, a fazer oficinas de perna de pau e

 

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apresentações em aniversários, começamos a compartilhar ali com o Mandioca Frita no Ana Lídia… e aproximar muito do pessoal do Carroça.

 

e aí, vendo os meninos fazendo a banda cabaçal na perna de pau, eu me apaixonei pelo pifano.

e aí, pedi pro Antonio… falei pra ele que meu sonho era tocar pifano.

Ele falou: que sonho fácil!!

ele andou comigo, pegou um conteiner de lixo, tinha um cano, furou, pegou a haviana dele, a sola da haviana dele e tampou a lateral do pifano, e me deu…

aí, aprendi, e quando encontrei com o seu Zé, de novo, que eu encontrava com ele sempre numa rádio livre, que entrevistava os mestres,

quando encontrei com seu Zé eu já tocava o pifano, e ele falou, ah, então você vai entrar na minha banda, tá contratada.

 

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aí, depois do seu zé, fui conhecendo cada vez mais.

 

e aí me aproximei do mercado sul, fiquei apaixonada, pelas ações, pelo movimento aqui, pela apropriação da cidade, aprendi muito, troquei muito, e crescemos muito com esse espaço aqui.

 

e começamos também, com esse exemplo do mercado sul, a se apropriar da 813, da vila cultural

 

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uma observação…

o chico não é bem um mestre tradicional…

do jeito que vc colocou, …. minha experiÊncia com um mestre de raiz, de tradição foi com o Zé, e a partir daí, outros mestres que fui conhecendo.

 

o Chico é um mestre globalizado.

no sentido de que ele tem muita experiência com as raizes, com os mestres…

ele se dispos a vivenciar de verdade, a ir atrás, de morar… não foram experiencias pontuais que ele teve com mestres, que é uma coisa que eu ainda quero fazer. eu considero que eu tive experiências pontuais e minha experiência maior com seu Zé aqui em Brasília, mas eu tenho vontade de estar na cidade, de morar, conviver…

e isso, ele se dispos a fazer, e isso faz uma grande diferença.

 

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quando vc se dispoe a estar no contexto, comer a mesma comida, viver o mesmo contexto social… com os mestres… da fonte.

 

as experiências que eu tive de viagens foram maravilhosas, mas viver traz outras coisas, principalmente realmente vive a realidade.

em juazeiro, eu peguei muitas partes boas, que a experiencia pontual, mas eu sei que a realidade muitas vezes é bem dura, então, assim…

muitas vezes eu penso ‘até que ponto eu estou disposta a ficar ali naquele contexto, viveniando realmente a pobreza, o calor, as dificuldades…

então, o que eu realmente admiro no chico, é que ele se dipos a isso, bem jovem, e abriu

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mão de vários caminhos que ele poderia ter seguido, pra vivenciar isso.

 

e eu sinto que na brincadeira dele, isso faz toda diferença.

e ele conseguiu fazer uma ponte entre esses 2 mundos, entre o tradicional a raiz, a fonte, e todas as vivencias aqui de brasília.. experiencia de outras classes sociais, de universidade, outros contextos que ele tem acesso.

é muito legal esse diálogo.

 

 

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eu me formei em psicologia mas eu no fim da psicologia eu já tava bem no circo e também com as juvelinas, com seu zé.

 

aí, eu direcionei minha monografia pra inclusão dos saberes tradicionais no meio acadêmico.

quais são os impactos subjetivos nos estudantes… desse encontro.

 

e aí, também tive acesso aquela matéria dos encontros dos saberes, e fiz essa pesquisa.

 

e sinto que a diferença é gigantesca. quando a gente une os 2 saberes é uma explosão de um novo caminho.

infelizmente, a formação acadêmica hoje, ela nos tira dessa vivência.

ela coloca a importância em outras coisas.

e quando eu comecei a viajar, eu percebi como eu tinha perdido tempo…

caramba, quanto que eu aprendi só nessa viagem , acho que aprendi mais que em um ano na universidade…

 

e isso, podia tão bem ser aliado, na verdade, precisa de uma reforma na universidade, pq os 2 saberes são importantes, mas eles não tem caminhando lado a lado, e é uma luta, tem várias ações pra que isso aconteça, mas é um .. ainda é devagar.

 

realmente, pra todas as profissões, todas as areas, todas as escolhas, esse tipo de experiencia faz diferença…

conhecer outras formas de se viver, comunidade indígena, lugares que tem uma vida mais comunitária… que tão longe da cidade.

esse aspecto de vilazinha, de interior, de vizinhos que tomam café juntos… isso já é assim uma grande experiencia pra quem vem desse contexto de apartamento, de vidinhas bem individuais, sempre com medo, cada um querendo sempre ter um carro mais potente, com alarme…

 

só a experiencia de viver com esse tipo de comunidade, já vira uma chave na cabeça, de ver que é possível uma outra forma de vida, de compartilhar com as pessoas… é isso.

 

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com o chico…

eu amava a brincadeira do chico, morria de rir.

depois vi de Thiago, de Walter…

tive contato aqui em Brasília, mesmo.

que aqui em BRasília o que não falta é mamulengo.

Depois que eu fui conhecer…

confesso que quando eu conheci os mestres… eu não sei nem se isso vai poder rodar..

 

quando eu conheci os mestres, eu não gostei da brincadeira… gostei de várias coisas, mas assim…

as coisas que o chico foi moldando pras brincadeira dele, eu concordo.

muitas brincadeiras machistas, brincadeiras com pessoas feias, o negro…

várias coisas que acontecem que eu compreendo, não julgo..

no começo eu julgava… que horror!!… depois veio a compreensão.

é  a realidade deles… é isso, então a gente tem que ter um outro olhar também pra receber isso.

a gente receber isso, a gente tem que saber de onde tá vindo, quem são essas pessoas.

o que que eles tem de experiência de vida é isso, só estão mostrando o espelho do que eles aprendeream, do que eles recebem.

 

igual quando a gente foi tocar no ceará, na paraíba, com seu zé…

e a gente ia ao encontro de outras bandas de pifanos…

e pelo que conheço, somos a única banda de pifano com mulheres.

esse não é o contexto deles, pelo contrário,  eles tentam ao máximo reprimir as mulherse que querem tocar…

eles vinham e davam um abraço bem carinhoso: menina! e vc é mulher!! e toca bem, né??

dá um abraço aqui!!1

 

as vezes, inicialmvente, você pensa: como é que fala uma coisa dessas?

mas depois você vai entendendo que é o contexto e tendo outro olhar.

ao mesmo tempo é complexo para os próprios mestres… pq nem todo mundo tem essa foram de olhar como a gente, e se um mestre vem se apresentar em brasília, por exemplo, muitos vão simplesmente fechar a porta… que é isso, absurdo, não quero mais esse mestre.

vão fehcando as portas…

 

não sei se aos poucos vão percebendo… e se moldando, pra poderem estar inseridos… mas é um processo que a gente observa.

 

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chega o benedito muito amoroso com a margarida… muito cuidadoso…

só isso, já um grande paradigma… onde ele chega, ela é a rainha.

 

e tem uma brincadeira que ela pede pra ele trocar a fralda do nenem…

e ele fala, não margarida… eu faço o que vc quiser…mas trocar a fralda, não troca!

aí, é a fralda… não quero é trocar o bebe…

aí, todo mundo se alivia…as mulhres.. os homenes em alguns contextos é, realmente, fralda eu num quero trocar…

mas quando ele fala, dá aquela lição, com gentileza, com delicadeza.

 

a coisa do cigarro, por exemplo, eu acho muito legal…

quando sai da cobra, ainda tá fumando… oce ainda tá fumando essa porqueira, não vai fumar perto das crianças…

são vários recados de uma forma gentil…

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quando se faz uma brincadeira muito didática> pare de fumar…é diferente..

mas quando é de uma forma sutil, dentro da brincadeira, a mensagem fica.

de alguma forma e a pessoa recebe bem, faz a diferença.

 

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eu aprendi muito fazendo… porque o chico ensima muito fazendo… de ser bem natural,

por exemplo… todo mundo sabe que você já assistiu mil vezes a brincadeira, vc não vai reagir assim… uma coisa que vc já sabe que ia acontecer…

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levar aquele susto falso… adiantar uma piada… e o chico vai ensinando, da gente ser bem natural.

 

quando eu to rindo é que eu to rindo mesmo… e continuo rindo, apesar de ver mil vezes.

os comentários a gente deixa muito pro público… a gente naõ ficar intervindo tanto, pq o mamulengo é mais o publico, o que ele vai fazer…

é deixar bem livro pro público trazer… e a gente não ficar intervindo, ou querendo que eles falem alguma coisa…

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a música é uma construção a cada pessoa que se agrega.

quando eu comecei, não lembro se era o joaley… agora depende muito da personalidade da pessoa que tá ali tocando… das vivencias… da forma como a gente se integra.

 

tive a grande honra de fazer parte de uma formação que eu amei que era eu, a andressa e gutcha. nós já tocávamos juntas na juvelinas e a gente fez uma viagem pra portugal, pra bienal internaional de évora, de títeres, lá começou as 3 marias.

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a gente fazia as 3 tocando com o chico, e a gente inventou várias brincadeiras, coisinhas muito legais, a gente ficou bem conectadadas na brincadeira…

e a gente se conectou tanto que nasceu as 3 marias… deu tão certo que ficamos mais 3 meses na europa, sem dinheiro  sem nada, e não pagamos hospedagem, sempre muito bem recebidas, muito bem… e sinto que isso começou com o mamulengo.

sou muito grata…

 

com o mamulengo nunca pasei chapéu. até queria, mas com as 3 marias, a gente sempre passou..

eu queria ter essa experiência com o chico, de passar o chapéu. ele já fez muito assim, mas ele chega numa outra fase que quer outra coisa, e eu entendo. acho que ele merece.

 

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antes da juvelinas começarem a acompanhar o seu zé, a fabiola já fazia isso com a ação grio.

e quando a gente começou, ele já falava muito da fabiola… vocês tem que conhecer a fabiola… e aí, a gente .. a partir da fabiola, começou a vir pra cá, pro invenção, pra conhecer vocês… e eu sinto que fez diferença total,

pq tudo que vocês já vivenciavam aqui, acredito que foi novidade. pra mim, acho que pra maioria das meninas…

 

a primeira gravação do cd do seu zé, foi o andré do mutiro, que fez… um registro que o seu zé nunca tinha se ouvido…

ele gravou muitas músicas da infância…foi um cd que ele se emociona muito…

a gente insiste pra ele tocar as músicas dele, e geralmente ele quer tocar mais luiz gonzaga…

mas tem muitas músicas que ele não quer tocar porque se emociona muito… chama de avô para neto.

e é bem isso mesmo. eu vejo dele como neto e dele como avô pros netos dele, que já não quiseram entrar na tradicção do pifano…

 

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brasília, eu acho impressionante, assim…

poderia até ter mais, se tivesse mais incentivo, mas tem quase 10 mamulengos, não sei quantos mais…

mambembrincantes sempre foi muito referencia pra mim, quando conheci o carroça já conheci o mambembrincantes….

enfimm

até o congonya,

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as meninas, a julia,  a luciana no começo eram rastafaris, e a gente começou a ter esse acesso lá foi muito legal.

martinha do coco, nossa, mestra mesmo!

ele é alegria 24 horas, ela é compositora nata!

 

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eu nasci num lar evangélico, e só tive acesso à música gospel.

eu comecei a ouvir alguma coisa nessa época quando tive a música de circo, e já comecei a ouvir bem cultura popular mesmo.

a primeira coisa que eu vi, emcasa, com atenção, foi gilberto gil, e mestre ambrósio…

mestre ambrósio, eu pensei: meu deus, existe mundo!!!

 

até tem gente que canta uma musica de caetano, betania… eu não conheço nada.

eu já fui bem pra raiz, quando eu entrei, e antes não tinha tido acesso…

 

e assim… comecei com 14 anos, mas até os 19 não podia ouvir muita música… músicas seculares..

foi bem fechado pra mim.

só lá pelos 19 anos que eu comecei a pesquisar, ouvir…

 

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quando a gente faz… geralmente assim… forró, baião de rabeca, de pifano.. pra muita gente é inusitado, pelo instrumento. mas o baião, forró, pros brasileiros, já é bem… independente de classe social, todo mundo já conhece.

 

eu sinto muita diferença quando a gente faz um bahiano, uma puxada de cavalo marinho, uma ciranda, um coco, um baiano de mamulengo… eu já sinto mais a diferença.

 

o forró mesmo, eu já não sinto tanto a estranheza, mas com certeza é inusitado pra muitos ve o pifano e a rabeca… pra muitos já viram a banda de pifano de caruaru, que difundiu muito… mas muita gente ninca viu.

 

o teatro de boneceo, o mamulengo, da forma como é feito, também muita gente nunca tinha visto.

geralmente tem a ideia de fantoche. eu particularmente, muitas vezes tive experiencia e achava chato. histórinha… a forma como manipulava.. eu achava: ai que chato… lá vem a princesa… aqueles bonecos feios, felpudos…

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eu num gostava muito

as vezes quando falava teatro de boneco…. já tinha aquela ideia.

e aí, a partir, tanto do mamulengo, dos festivais de titeres… eu vi que é um mundo.

em portugal, tive a oportunidade de conhecer o sandro, que é um italiano, que faz um… pontinela… muito parecido com o mamulengo mas é um teatro tradicional italiano..

então, foi muito legal de ver e fazer as comparações…

e é muito parecido mesmo… de bater, dar paulada…

e a gente tocou com o pontinela, a taratela lá, foi muito legal.

 

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principamente de é uma coisa simples, de é possível qualquer um chegar em casa e fazer um boneco.

chico sempre ao final ele abre a tolda, olha, aqui é um pano, aqui é uma cabaça… esculpida, você pode fazer..

tem uma fala que ochico faz no começo da brincadeira que ele faz, que é simples, mas é muito importante…

tem aquela coisa de que ele dá aquele bom dia… e as criançass BOMDIAAA!!!

eu senti que é uma coisa que… não sei se um artista vai copiando um do outro…

 

bom dia, eu não ouvi… claro que ele ouviu…

um detalhe mas que acho muito importante:

quando alguém chega em casa pra tomar um café, voê responde pra pessoa assim: BOMDDIAAA?

aí, todo mundo… não.

então, vamos fazer como se você tivesse me recebendo na sua casa: bom dia

e as crianças’ bomdia’… e é tão sincero, do coração, naõ é aquela coisa forçada da professora, do animador de festa infantil…

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e quando a gente abre uma roda, eu mesmo, eu fazia isso… bom dia, bomdia…

e aí, nossa, como eu não tinha pensado nisso.

então, as vezes é um detalhe que a gente não pensa como é que faz, a gente só copia, acha que é legal, que é animado… mas não é a verdade do coração das crianças…

então, o mamulengo, ele traz a verdade do público… essa importancia de como a brincadeira vai sendo guiada na sua pureza..

muitas crianças acreditam que o boneco tá vivo, tem medo… saem correndo, até senhoras, mesmo… o chico já contou… então, na simplicidade, ele traz a pureza mesmo….

 

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é muito legal, que a gente fica naquele receio se as pessoas tão entendendo…

a experiencia que eu tive foram portugal, colombia, e argentina… também foram os unicos países que eu conheci.

então, o mamulengo me proporcionou essa viagens, sou muito agradecida

 

foi muito legal, mesmo mesmo que a pessoa não tava entendendo a lingua, a brincadeira é muito universal.

 

eu tenho vontade de ir pra um país bem… japão… estados unidos, agora o chico tá lá… é bem diferente a língua… mas pelo que o chico fala, é bem universal.

 

o benedito fala várias linguas, um pouquinho, ele arranha…

e fica engraçado até, ele arranhando um  pouco a lingua.

 

é legal de ver… ele fala, eu sou benedito… em ingles : my name é benedito… e pede pra repetir… benedito… benedito grito bacurau.. ai todo mundo… benedi….

vai crescendo… e todo mundo morre de rir disso, pq vai crescendo o nome, a palavra é diferente pra ele…

acabam falando portugues, sem saber o que tão falando e morrendo de rir.

 

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a partir de 2008 ou 9, se não me engano.

a gente alugou uma casa na vila cultura, na 813 sul, e essa casa ficou uns 3 anos com sede das juvelinas, até hoje é.

muitas pessoas começaram a compartilhar como moradores, moradoras… mas sempre foi nosso ponto de apoio pra instrumento, pra ensaio… a gente teve a oportunidade de 2014

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fazer o primeiro encontro de pifano, vieram 2 bandas de pifanos francesas.

 

eles tiveram contatos com o pessoal do flautin mafua… e eles começaram uma banda de pifano na frança que mistura as tradições das bandas de pifano com as tradiçoes francesas… e recebemos na vila, fizemos esse contro, foi muito especial…

e assi,

recebemos muitos mestres, luiz paixão, lideranças indígenas, mestre de outros saberes…

de teatro, grupos de cultura popular. pessoas que tão passando, a gente faz uma roda de prosa, um lugar que é um ponto de apoio pra quem passa por brasília.

 

então,

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se a pessoa tá viajando sem projeto, que naõ paga um hotel, a gente precisa dessa rede de apoio, que geralmente, eu vejo é feito no mercado sul, e lá na vila.

claro, no paranoá tem a rede de apoio,

mas eu sinto que essa coisa do intercambio do artista de fora, acontece muito no mercado sul e na vila.

é uma rede mesmo de apoio, tanto pras pessoas se sustentarem na sua passagem, podendo viabilizar sua oficina, shows, tanto de hospedagem mesmo.

 

a especulação imobiliaria é muito grande em brasília, muitos grupos de cultura popular não teria condição de pagar um aluguel, no preço que se pede.

 

hoje a vila tem as juvelinas, que tão lá a 10 anos, o seu estrelo que tá a 13 anos…

as juvelinas na vila, 9 ou 8…

o seu estrelo a 13 anos, a casa da árvore, que é da companhia circenicos, e tem o espaço inventado, que é atividades pra crianças, ligadas a permacultura, música circo, novas formas de educação, educação pra sustentabilidade…

 

muitas experiencias muito importante, essa coisa da vida comunitária… que a gente também tá fazendo mutirões, ações pra melhoria daquele local, relacionadas ao lixo, plantio, trazer uma nova consciencia pros moradores que já estavam lá e tem sua cultura, no contexto.…

 

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lá eles tão a 34 anos… eles que seguraram muito a vila ĺá..

acabou de sair um processo de desapropriação e eles serão os ´unicos que serão indenizados..

mas eles são os que venderam os lotes… então naõ deveria ….

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saiu recentemente um laudo de que tem muito tempo … e saiu um laudo de que aquela área precisa ser retirada, desapropriada…

tem várias construções lá que a gente não concorda…

são proximas de nascente… tem crescido e eu não sou a favor de crescer aquele lugar…

não é o caso de quem tava lá..

tem que olhar caso por caso.

não pode passar um trator e passar por cima de tudo.

a cidade tem suas especificidades, tem que ter um olhar diferenciado,

 

sou a favor de ser uma vila modelo de reciclagem, de plantio, de culdado com o parque, dá até pra fazer ações com o parque q tá do lado… é sábio se associar ao que tem de bom.

agora, acabou de ter o 3o festival de brincadeiras de rua.

tem os vídeos, coisa mais linda, você as crianças brincando na rua…

num contexto que vc vai conversar com o Mandioca Frita, que é o palhaço que brinca sempre a não sei quantos anos, 30 anos no Ana Lídia, e hoje minha brincadeira é interrompida a cada 20 minutos, pq saem todos os pais correndo e as crianças que tão assistindo pra caçar poquemom…

ele tá preocupado.. onde vai parar isso.

 

um lugar que promova brincadeira de rua, tem que ser protegido.

um lugar que promova esse tipo de relação que tá tão em falta na cidade, tem que ser protegida.

 

claro que tem coisa que a gente não concorda. invasão por invasão, crescimento aleatório, a gente naõ quer também.

mas o cuidado pra que os grupos não se enfraqueçam, ou cheguem a morrrer por causa de uma lei que não contemple a realidade, é pobre o pensamento.

 

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chico eu te amo!!!

 

muito grata, te amo muito!!!!

tá achando que é uatzap, é???